Empregados da Caixa cobram contratações para combater sobrecarga

A Caixa chegou aos 100 mil empregados. A marca foi alcançada com a contratação de Luana Brayn Farias, chamada para se apresentar às vésperas de completar 29 anos, no dia 11 de setembro. Ela, que vai integrar a equipe da Agência Portugal, em Ribeirão Preto (SP), é formada em Ciências Contábeis e mora atualmente em Cravinhos, município localizado a 24 quilômetros da cidade onde vai trabalhar.

Apesar do número histórico, Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, lembra que as contratações não acompanham o ritmo de abertura de novas agências e postos de atendimento.

“As convocações não têm sido suficientes para atender o aumento da demanda e do volume de operações. Ela precisa de mais pessoal para continuar crescendo e cumprindo seu papel de banco público, executando políticas públicas e alavancando o desenvolvimento econômico e social do país”, afirma.

Entre 2002 e 2013, o total de unidades do banco passou de 2.082 para 4.012, alta de 92,7%. O número de empregados aumentou 76%, de 55.778 para 98.198. No mesmo período, em valores corrigidos a dezembro último, o lucro líquido saltou de R$ 2 bilhões para R$ 6,7 bilhões (+235%), enquanto a base de clientes passou de 23,1 milhões para 71,7 milhões (+210%). Em 2009, na média, eram 31,7 efetivos por unidade. No ano passado, apenas 24,5. Hoje, são 17 por agência, abaixo do número de outros bancos. “Mas essa é uma média. Há unidades funcionando com menos de sete empregados”, diz Fabiana Matheus.

Categoria cobra contratações – No quesito contratação, entre os itens da pauta de reivindicações específicas da Campanha 2014, destacam-se: quantidade mínima de 130 mil empregados até o final deste ano, exigindo da Caixa a apresentação da metodologia utilizada para convocações; mais empregados por setor; pelo menos 20 trabalhadores por agência; e contratação permanente para reposição de aposentados, demitidos e afastados.

As negociações, porém, não avançaram nas quatro rodadas realizadas até agora. A empresa manteve a posição intransigente ao não reconhecer a existência de problemas como sobrecarga de trabalho e ao continuar com a metodologia atual para definir o quantitativo de empregados para abertura de novas agências.

Na reunião do último dia 9, inclusive, Dionísio Reis, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, entregou abaixo-assinados de clientes que reivindicam mais contratações.

“É importante salientar que houve um avanço na política de pessoal da Caixa a partir de 2003. De lá pra cá, graças à mobilização da categoria e ao fortalecimento da empresa, foram mais de 40 mil efetivados. Mas a luta continua, pois o dia a dia nas unidades mostra que precisamos avançar muito mais. E só vamos conseguir isso com a união e a participação de todos nós”, observa o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Mobilização nas redes sociais – Na última quinta-feira (18), aprovados no concurso realizado esse ano realizaram mobilização nas redes sociais Twitter e Facebook. Com a hashtag #chamacaixaaprovados2014, cobraram celeridade nas convocações. Apenas no Twitter, já foram mais de 40 mil posts sobre o assunto. “Convocações já”, “Vamos acabar com as filas”, “a Caixa precisa de funcionários”, dizem algumas das postagens. Outra mobilização já está marcada para esta terça-feira (23).

Em nota divulgada na sexta-feira (19), a Caixa alegou que o concurso de 2014 visou à composição de cadastro de reserva e que a contratação de aprovados decorrerá do surgimento de vagas no período de validade do concurso. “Como as vagas surgem em razão de transferências ou desligamentos, não é possível prever data para que as contratações ocorram”, explicou o texto.

As provas do concurso desse ano foram aplicadas no dia 30 de março, em todo o país, e o resultado foi homologado em 16 de junho. O concurso tem validade de um ano, podendo ser prorrogado por igual período, a critério do banco. Foram mais de 1,1 milhão de inscritos para o cargo de Técnico Bancário Novo (nível médio) e quase 20 mil para os cargos de nível superior

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