Mais de 800 pessoas marcham em Brasília e reivindicam igualdade de gênero

Mais de 800 pessoas participaram no sábado 18 de
um protesto pelos direitos das mulheres. Chamado de Marcha das
Vadias, o movimento reivindica que as mulheres possam se vestir e
agir como quiserem, sem serem reprimidas por sua sexualidade.

De
acordo com a antropóloga Julia Zambini, uma das organizadoras da
marcha, o movimento é feito por feministas que buscam a igualdade de
gênero. “Ser chamada de vadia é uma condição machista. Os
homens dizem que a gente é vadia quando dizemos sim para eles e
também quando dizemos não”, afirmou. “A gente é vadia
porque a gente é livre”, destacou.

Com megafones, as
manifestantes gritavam palavras de ordem chamando a atenção das
pessoas nas ruas com frases como “Quem manda no meu corpo sou
eu” e “Cuidado, seu machista, a América Latina vai ser
toda feminista”.

Muitas delas usaram o próprio corpo
como cartaz ao escrever frases como “Respeito é sexy” e
“Sou livre”.

A jornalista Sal Freire foi à marcha
com um vestido vermelho curto e disse que participava do protesto
para mostrar que as mulheres têm o direito de serem livres.
“Reivindicar a liberdade nunca é demais e a liberdade de se
vestir como se quer é fundamental em qualquer sociedade e cultura.
Sou o que eu quiser. Eu sou livre.”

O movimento mundial
pelos direitos das mulheres surgiu no Canadá em abril deste ano e
ficou conhecido como Slut Walk. O protesto foi organizado depois de
um policial canadense ter dito que os diversos casos de violência
sexual na Universidade de Toronto ocorriam porque as mulheres se
vestiam como “vagabundas” – slut, em inglês. Desde então,
protestos têm ocorrido em todas as partes do mundo, sempre com a
presença de mulheres vestidas de forma provocante, com roupas
curtas, biquinis ou calcinhas e sutiãs.

No Brasil, a marcha
também chama atenção para o número de estupros ocorridos no país.
Por ano, segundo a organização do evento, cerca de 15 mil mulheres
são estupradas. Em Brasília, somente nos primeiros cinco meses do
ano, foram 283 casos registrados: média de dois por dia.

A
Marcha das Vadias já ocorreu em São Paulo e em Recife. Em Brasília,
o grupo caminhou do shopping Conjunto Nacional, zona central da
cidade, até a Torre de TV, onde se juntou a outro protesto: a Marcha
da Liberdade.

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