Sindicato questiona demissões e negocia com HSBC nesta quinta

O Sindicato e a
Contraf-CUT se reunirão nesta quinta-feira, dia 4 com a direção do
HSBC para cobrar uma explicação sobre o anúncio feito pelo banco
inglês nesta segunda-feira (1º) de que irá demitir cerca de 20%
dos seus empregados em todo mundo, através de uma teleconferência
nos Estados Unidos. Serão 30 mil trabalhadores demitidos, o que é
um absurdo – ainda mais frente ao lucro mundial de US$ 11,5 bilhões
obtido pela instituição entre janeiro e junho deste ano, que foi
igualmente anunciado nesta segunda-feira.

“É
inadmissível que a empresa anuncie demissões simultaneamente ao
lucro astronômico atingido neste primeiro semestre”, afirma
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas
Finanças.

A Contraf-CUT enviou na manhã desta segunda-feira
um documento ao presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel, cobrando
explicações sobre as demissões e o agendamento de uma reunião
para discutir o tema. Além disso, solicitou uma negociação urgente
com o diretor executivo de Recursos Humanos do HSBC para as Américas,
João Rached. “O objetivo é sabermos qual será o impacto do
corte aos bancários no Brasil e em todo o continente”, explica
Cordeiro.

Lucro crescente – O lucro alcançado é maior do que
os US$ 11,1 bilhões apurados um ano antes e melhor que a média das
estimativas de analistas, de US$ 10,9 bilhões. O HSBC também
informou que cortou 5 mil empregos em meio à reestruturação em
andamento na América Latina, nos Estados Unidos, Grã-Bretanha,
França e Oriente Médio, e que eliminará outros 25 mil postos até
2013.

“Haverá mais cortes de empregos”, disse o
presidente-executivo do banco, Stuart Gulliver, em teleconferência.
“Será algo em torno de 25 mil vagas eliminadas entre agora e o
final de 2013”. Para Daniel Tabbush, analista da CLSA em
Bangkok, “é um número grande (de cortes de empregos), mas faz
sentido porque os custos do HSBC são razoavelmente altos”.

No
domingo (31), o HSBC anunciou que venderá 195 agências nos EUA ao
First Niagara Financial por cerca de US$ 1 bilhão em dinheiro, além
de fechar outras 13 das 470 filiais que possui naquele
país.

Reestruturação – Outro problema que se apresenta após
o anúncio da reestruturação é a informação de que o HSBC está
centralizando suas atividades na Ásia. “Precisamos compreender
o que essa informação significa”, afirma Miguel Pereira,
funcionário do banco e secretário de Organização do Ramo
Financeiro da Contraf-CUT “Estamos em plena Campanha Nacional e
a questão do emprego é central em nosso debate”, conclui
Miguel.

HSBC nega demissões no Brasil – Em nota divulgada no
fim da tarde desta segunda-feira, o HSBC Brasil informou que o país
não será afetado pelo plano mundial de demissões anunciado pela
matriz do banco. “O Brasil não faz parte da reestruturação do
grupo, que inclui corte de funcionários”, informou.

No
comunicado desta tarde, a unidade brasileira do HSBC informou que
está contratando 1.000 novos gerentes de relacionamento este ano
para ampliar sua presença no varejo local. “O país foi
destaque no anúncio dos resultados ao ser, entre os 87 países onde
o banco atua, o terceiro a mais contribuir com o lucro do grupo”,
segundo trecho da nota à imprensa, detalhando que o lucro antes de
impostos do conglomerado no Brasil foi de US$ 637 milhões de janeiro
a junho.

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