Itaú lucra R$ 7,1 bilhões no 1º semestre mas não tem emprego decente

O lucro
líquido do Itaú Unibanco atingiu R$ 7,133 bilhões no primeiro
semestre, com alta de 11,5% no confronto com igual período no ano
passado. O resultado foi anunciado na manhã desta terça-feira, dia
2.

“Enquanto apresenta mais um lucro exorbitante, o banco
não tem emprego decente, pois fez cerca de 4 mil demissões no mesmo
período, o que aumentou a pressão no trabalho, o adoecimento de
trabalhadores e as filas nas agências, motivando protestos dos
sindicatos em todo país”, afirma o funcionário do Itaú e
presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

O dirigente
sindical também questiona a sustentabilidade do Itaú. “Como
pode ganhar um prêmio de banco mais sustentável do mundo se não
respeita os principais responsáveis por esse lucro estrondoso, que
são os seus funcionários, e esfola clientes e usuários com altas
taxas de juros e tarifas elevadas?”, comenta indignado o
dirigente sindical.

Carlos Cordeiro aponta que o emprego
decente será o tema central da Campanha Nacional dos Bancários
2011. “Vamos cobrar aumento real, piso do Dieese, mais
contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral e às
metas abusivas, melhores condições de saúde, mais segurança,
aposentadoria digna e inclusão bancária para todos os brasileiros,
dentre outros pontos”, destaca.

Os números do balanço
Conforme a imprensa, o balanço também revela que o ganho
recorrente nesse primeiro semestre ficou em R$ 6,955 bilhões, com
crescimento de 7,6% no mesmo comparativo, principalmente devido à
evolução da margem financeira e ao aumento nas receitas de
prestações de serviços e rendas de tarifas bancárias.

Considerando apenas o segundo trimestre (R$ 3,603 bilhões),
houve acréscimo de 2,0% em relação aos três meses imediatamente
anteriores e de 13,8% ante o mesmo período em 2010.

Levando em
conta o ganho recorrente (R$ 3,317 bilhões), houve redução de 8,8%
e alta de 0,6%, respectivamente.

A carteira de crédito do
banco, incluindo operações de avais e fianças, alcançou R$
360,107 bilhões ao final de junho, com expansão de 4,4% em relação
ao saldo no primeiro trimestre e de 22,3% ante o mesmo período do
ano anterior.

No segmento de pessoas físicas, os destaques
no segundo trimestre foram as carteiras de crédito imobiliário e de
crédito pessoal, com crescimentos de 18,4% e 12,8%, respectivamente.

Já no período de 12 meses, aparecem as carteiras de cartão de
crédito, crédito pessoal e crédito imobiliário, com evoluções
de 22,8%, 34,7% e 73,2%, respectivamente.

Na análise dos
clientes pessoas jurídicas, a carteira de grandes empresas
apresentou evolução de 3,1% no trimestre e de 20,6% nos últimos 12
meses, enquanto a carteira de micro, pequenas e médias empresas
registrou aumentos de 4,3% e 26,2% nos mesmos períodos.

O
índice de inadimplência total, considerando apenas operações com
atraso superior a 90 dias, atingiu 4,5% em junho, puxado pelo
desempenho das micro e pequenas empresas, acima de março (4,2%) e
levemente inferior ao resultado no mesmo mês no ano passado (4,6%).

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