Um levantamento sobre a situação da
mulher no Brasil revela que o ambiente doméstico é cerca de três
vezes mais perigoso para as mulheres do que para os homens. Os
índices apontam que 28,4% das mulheres assassinadas no país morrem
em casa. Se comparados com as estatísticas de morte masculina, esta
taxa é quase três vezes maiores que os homens mortos no âmbito
doméstico, que soma 9,7%.
As informações estão contidas no
Anuário das Mulheres Brasileiras 2011, compilação de dados sobre a
situação das mulheres brasileiras divulgado pela Secretaria de
Políticas para Mulheres do governo federal e pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os
dados sobre o local de morte em assassinatos são de 2009.
A
residência é o segundo local que mais apresenta risco para as
mulheres. Conforme o anuário, as mortes por assassinato de mulheres
ocorrem em primeiro lugar na via pública (30,7% dos casos), em
segundo lugar em casa (28,4%) e em terceiro lugar no hospital
(23,9%). No caso masculino, quase metade das mortes por assassinato
ocorre nas ruas (46,4%). O hospital responde por 27,7% dessas mortes
e a residência, por 9,7%.
O anuário também aponta que
quatro em cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de
violência doméstica. Os números sobre a violência doméstica são
da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2009, feita
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De
acordo com a Pnad, 43,1% das mulheres já foram vítimas de violência
em sua própria residência. Entre os homens, esse percentual é de
12,3%. De todas as mulheres agredidas no país, dentro e fora de
casa, 25,9% foram vítimas de seus cônjuges ou ex-cônjuges.