Sindicato flagra festival de irresponsabilidade do Bradesco no interior

Funcionários que tomam
conta de quatro Postos de Atendimento (PAAs) do Bradesco, em cidades
diferentes. Espaços sem qualquer estrutura e nenhuma segurança.
Trabalhadores que precisam largar seu posto para se deslocar até
outro PAA e ajudar no abastecimento das máquinas. Trabalhadores com
menos de cinco anos de banco tendo que tomar conta de postos nestas
condições – muitos sem terem efetivada sua promoção. Eis alguns
dos problemas encontrados pelo Sindicato em sua viagem ao interior do
estado, na última semana de janeiro.


Os maiores problemas
foram encontrados pela dupla Adeílton Filho, secretário de Cultura,
Esporte e Lazer do Sindicato e o diretor Gilvan Santana. Eles
visitaram as cidades de Afogados da Ingazeira, Carnaúba, Flores,
Iguaraci, Itapetim, São José do Egito, Serra Talhada, Sertânia,
Tabira, Triunfo, Betânia e Tuparetama. E foram, pela primeira vez,
nos municípios de Brejinho, Quixapá, Ingazeira e Santa
Teresinha.


Encontraram todo tipo de problemas, especificamente
nas agências e postos do Bradesco. “Em alguns lugares não tem
água e nem condições de se usar o banheiro. Vimos um funcionário
tomando conta de quatro PAAs, em cidades diferentes. Um absurdo!”,
denuncia Adeílton, que também levou as denúncias à Rádio Gazeta,
que é sediada em São José do Egito e alcança 30 municípios da
região.


Segundo Adeílton, a maioria dos que estão à frente
dos PAAs tem poucos anos de banco e muitos continuam recebendo apenas
como escriturários porque a promoção não foi efetivada. “Vimos
funcionários tendo que largar seu posto e se deslocar a outra cidade
para ajudar no abastecimento das máquinas de autoatendimento, que
precisa ser feito com a presença de dois trabalhadores”, conta o
diretor.


Os problemas não se restringem aos postos nem às
agências de pequeno porte. Na maioria dos municípios, faltam
requisitos mínimos que garantam a segurança. O Sindicato já entrou
em contato com o banco, que afirmou desconhecer esta realidade.
“Estamos elaborando um relatório para ser entregue à diretoria do
Bradesco”, diz Adeílton.


Problema se repete – Situação
semelhante foi encontrada pelos diretores Fábio Sales e Ronaldo
Batista, que visitaram Afrânio, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa
Vista, Orocó, Cabrobó, Salgueiro, Verdejante, Mirandiba, São José
do Belmonte e Custódia. “Encontramos agências novas do Bradesco,
como a de São José de Belmonte. Mas com segurança frágil: apenas
um vigilante e sem portas com detector de metais. Nos PAAs, então,
nem se fala: a estrutura é muito precária e um único funcionário
precisa dar conta de tudo”, relata Fábio Sales.


A dupla
encontrou problemas, também, em outras instituições. No Banco do
Brasil, os trabalhadores se queixaram das mudanças, com o fim do
setor de compensação. “Eles reclamam que tudo passou a ser feito
nas agências: o serviço aumentou e o número de funcionários é o
mesmo”, explica Fábio.


No Santander de Salgueiro, o
problema é com as reformas, que já causaram acidentes com dois
trabalhadores da empresa que executa as obras. Em Cabrobó, quem se
queixa são os funcionários da Caixa. Lá, existe a perspectiva de
inauguração de uma agência deste banco. Mas o processo ainda está
em licitação e, enquanto isto, os bancários trabalham em uma
“unidade temporária de atendimento”, com estrutura
precária.


Pressão e assédio – As viagens também
mostraram cenários em que a pressão gera situações de assédio
moral. A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o secretário-geral
Fabiano Félix e o diretor Flávio Coelho visitaram as agências de
Palmares, Catende e Água Preta. E constataram situações de assédio
em uma das unidades.


Problemas à parte, todos os diretores
foram calorosamente recebidos, em todos os municípios. “Mesmo em
Palmares, onde existe outro sindicato, que é alvo de discussão
judicial, muitos bancários preferem se sindicalizar conosco, porque
percebem que somos mais representativos e que a unidade vai
fortalecer a categoria”, diz Jaqueline.


O outro grupo de
diretores em caravana pelo interior foi Chico de Assis, Maria José
Leódido e Marcílio Rosalvo. Eles foram para Agrestina, Altinho,
Cupira, Panelas, Lagoa dos Gatos e São Joaquim do Monte. “Fomos
muito bem recebidos e anotamos várias sugestões”, diz Chico.

Expediente:
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