Sindicato garante apoio da Casa Civil de Pernambuco na luta contra a reestruturação do BB

O
Sindicato garantiu nesta quarta-feira, dia 16, o apoio de mais um
integrante da cúpula do Governo de Pernambuco na luta contra a
reestruturação do Banco do Brasil. Em audiência realizada no final
da tarde, o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, se comprometeu
em trabalhar para evitar que setores importantes do BB que hoje
funcionam no Recife sejam transferidos para Belo Horizonte. O
secretário afirmou, inclusive, que vai pedir o empenho do governador
Eduardo Campos nesta batalha.

“O governador já está
acompanhando esta reestruturação do BB e vamos trabalhar para que
os departamentos administrativos do CSO e CSL permaneçam em
Pernambuco”, disse Tadeu Alencar, destacando que ele já foi
funcionário do Banco do Brasil e que tem vários bancários na
família. “Estou muito sensibilizado com o problema dos empregados
do CSO e CSL porque estas mudanças que o BB pretende fazer não
afeta apenas a vida dos 800 trabalhadores dos dois centros. São 800
famílias que serão prejudicadas com a reestruturação”, disse
Alencar.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a
audiência com o secretário da Casa Civil foi muito produtiva.
“Ficamos satisfeitos com a conversa e com os compromissos assumidos
por Tadeu Alencar. O Sindicato entregou a ele um documento relatando
todas as informações que temos sobre a reestruturação e uma lista
de contatos da diretoria do Banco do Brasil. O secretário da Casa
Civil disse que o governo vai entrar em contato com o BB para agendar
uma audiência”, relata Jaqueline.

O Sindicato também falou
sobre a luta dos bancários contra a reestruturação e do
envolvimento de diversas lideranças políticas do Estado. “O
secretário quis saber sobre as reuniões que tivemos com o Banco do
Brasil e sobre as audiências do senador Humberto Costa e dos
deputados João Paulo e Fernando Ferro com a direção nacional do
BB. Explicamos que o banco argumenta que a reestruturação não
trará prejuízos a Pernambuco e o secretário discordou. Ele citou
que a transferência para Belo Horizonte do setor que analisa a
concessão de crédito, por exemplo, vai prejudicar as empresas
locais, já que os bancários mineiros não conhecem a realidade da
região como os pernambucanos”, conta Jaqueline.

A audiência
com o secretário da Casa Civil contou, também, com a participação
da deputada estadual, Teresa Leitão (PT), que intermediou o contato
entre o Sindicato e o governo. “A deputada tem apoiado a nossa luta
desde o início e já está, inclusive, agendando uma audiência
pública na Assembleia Legislativa para debater a reestruturação do
BB assim que o recesso parlamentar terminar. O secretário da Casa
Civil considerou importante esta audiência pública, assim como a
mobilização que o Sindicato tem feito com as lideranças políticas
e com os bancários”, conta a secretária de Finanças do
Sindicato, Suzineide Rodrigues.

Além do secretário da Casa
Civil, o Sindicato já conseguiu o apoio do secretário de Governo do
Estado, Milton Coelho, do chefe de Gabinete do Governador, Renato
Thièbaut, e do secretário de Transporte de Pernambuco, Isaltino
Nascimento.

A audiência desta quarta-feira contou com a
participação dos diretores do Sindicato Luís Freitas e João
Rufino, além de Jaqueline e Suzineide.

Leia também
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>> Secretário do governador recebe o Sindicato e apoia luta contra reestruturação 

Veja a íntegra do documento entregue pelo Sindicato ao secretário da Casa Civil

No início de outubro, chegou
ao Sindicato dos Bancários a informação de que o Banco do Brasil
pretendia fazer uma reestruturação no CSO (Centro de Suporte
Operacional) e CSL (Centro de Suporte Logístico), transferindo para
Minas Gerais grande parte dos setores administrativos que hoje
funcionam em Pernambuco.

No
dia 19 de outubro, o Sindicato se reuniu com a direção regional do
BB e confirmou a informação. De lá para cá, o Sindicato se reuniu
dezenas de vezes com a direção nacional e regional do Banco do
Brasil para obter mais informações que nunca foram passadas
detalhadamente pela empresa.

O
que muda
O
Banco do Brasil possui em Recife dois centros de suporte às
agências, CSO e CSL, que atendem todas as unidades dos estados da
Bahia, Sergipe, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Piauí e quinze municípios do Maranhão, centralizando
praticamente todas as atividades do Nordeste.

Estes
Centros possuem, juntos, aproximadamente 800 (oitocentos)
funcionários. Dentre as atividades mais importantes realizadas por
estes centros, ressaltam-se aquelas relacionadas aos serviços de:
Cadastro, Operações, Contratos, Licitações e Engenharia. Estas
atividades possuem caráter extremamente técnico e são realizadas,
em sua maioria, por funcionários comissionados, que exercem funções
de especial fidúcia.

Os
referidos serviços vêm sendo realizados nesta capital desde 2007,
período em que o Banco do Brasil optou pela centralização destas
atividades em Pernambuco, transferindo para Recife os serviços que
outrora eram realizados por todas as capitais nordestinas.

Segundo
levantamento feito pelo Sindicato nos últimos três meses,
a DINOP – Diretoria
de Apoio aos Negócios e Operações do BB determinou uma
severa reestruturação nos dois centros administrativos de
Pernambuco, acarretando na suspensão de diversos serviços que
atualmente são realizados em Recife, sendo os mesmos transferidos
para a cidade de Belo Horizonte.

Com
isso, diversas funções comissionadas seriam extintas deixando
inúmeros funcionários prejudicados. A única alternativa disponível
para estas pessoas seria a aceitação de suas transferências
para
Belo Horizonte ou se encaixar em alguma função nas agências.

Segundo
apuramos, já nos próximos meses começam a migração de setores e
serviços que hoje são realizados em Pernambuco. Num primeiro
momento, as operações e cadastros da Bahia, que eram centralizadas
em nosso estado, passam a ser feitas em Belo Horizonte. Significa,
segundo o banco, uma média de 30 a 40% das operações e cadastros
realizadas aqui.

Por
outro lado, Pernambuco passa a centralizar a gestão de
segurança/análise de fraude. Esse, aliás, é o argumento que o BB
tem usado para defender que Pernambuco não será prejudicado com a
reestruturação. Ora, em primeiro lugar, o trabalho deste setor não
tem o impacto econômico que tem os setores que estão deixando o
estado. E, para os bancários, este departamento criará cerca de 80
vagas aqui, contra pelo menos 500 que serão extintas em Pernambuco.

Situação
mais grave é a do CSL, onde os setores de licitação, administração
de contrato, patrimônio e acionamento de mantenedores migram
integralmente para Belo Horizonte.

Prejuízos
Além
de prejudicar os bancários, a transferência para o Sudeste de
setores importantes do BB vai causar prejuízos financeiros à
sociedade pernambucana.

Atualmente,
o CSO do BB em Pernambuco realiza cerca de 23 mil operações de
crédito por ano, irrigando pequenas e médias empresas locais com
mais de R$ 2,05 bilhões. Com a mudança para o Sudeste, o Banco do
Brasil esvazia a sua importância para o Nordeste, ficando restrito
apenas a rede de agências num verdadeiro retrocesso para a nossa
região. Afinal de contas, os bancários pernambucanos conhecem como
ninguém as peculiaridades do Nordeste. Se a reestruturação do
Banco do Brasil vingar, serão os bancários do Sudeste, a 2,5 mil
quilômetros de distância, que analisarão e aprovarão a concessão
de crédito para os pernambucanos.

As
mudanças no CSL também vão prejudicar dezenas de pequenos e médios
empresários locais que disputam processos licitatórios para
prestação de serviços e fornecimento de produtos, como a
manutenção predial, vigilância armada, telefonia e limpeza. São
R$ 951 milhões em contrato, que movimentam a economia do Nordeste,
partindo junto com o banco para Belo Horizonte. As dificuldades
impostas a esta empresas para acompanharem os procedimentos
ordinários das licitações tornarão suas participações nestes
certames e leilões menos competitivas, fato que de certa forma,
impacta negativamente na economia local.

Isso
sem falar no comércio que funciona no entorno dos dois prédios
administrativos do banco, onde os 800 funcionários almoçam, tomam
café ou compram produtos e serviços.

Ademais,
sem apresentar maiores detalhes sobre o modo e as condições desta
reestruturação, o Banco do Brasil expôs seus funcionários a um
clima de desespero provocado por informações desencontradas
seguidas de inúmeros boatos. Estes trabalhadores estão vivendo dias
de extrema angústia, vez que a possibilidade de mudança repentina
para outra cidade, sem nenhuma garantia, afeta gravosa e severamente
a vida particular destes profissionais e de seus familiares.

O
medo de perder parte significativa de suas remunerações, com
extinção das funções comissionadas, aumenta ainda mais o cenário
de pavor vivenciado por estes bancários. Ressalta-se que a
interrupção da percepção destas gratificações viola o princípio
da estabilidade financeira, consagrado pela jurisprudência do
Tribunal Superior de Trabalho.

Infelizmente
o Banco do Brasil não observou o crescimento do Nordeste brasileiro,
sobretudo ao deixar Pernambuco sem nenhuma instância de importante
decisão, inclusive transferindo para o Sudeste do País as operações
ligadas ao crédito agrícola e agricultura familiar tão importantes
para o desenvolvimento da economia dos pequenos municípios.

Por
fim, não parece lógico a tese aventada pela instituição
financeira ao desprezar o feito de que ninguém entende melhor a
economia nordestina do que o próprio nordestino.

Luta
Além
das tentativas de diálogo e negociação com o Banco do Brasil, o
Sindicato tem atuado em várias frentes para impedir que a
reestruturação prejudique os bancários e Pernambuco. Um das
frentes é a mobilização dos bancários, que estão realizando atos
de protestos todas as quintas-feiras.

Outra
importante frente de mobilização é o envolvimento das lideranças
políticas de Pernambuco. O Sindicato já conseguiu trazer para esta
luta o senador Humberto Costa (PT), os deputados federais João Paulo
(PT), Fernando Ferro (PT), Paulo Rubem Santiago (PDT) e Gonzaga
Patriota (PSB), a deputada estadual Teresa Leitão (PT), e
o vereador Jurandir Liberal (PT).

O vereador, inclusive, já
realizou audiência pública na Câmara Municipal, em dezembro, para
discutir o assunto. Infelizmente o BB não trouxe nenhuma informação
para a audiência.


o senador Humberto Costa e os deputados João Paulo e Fernando Ferro
se reuniram com a direção nacional do BB, que nada de novo
acrescentou.

Entendemos
que o envolvimento do Governo do Estado de Pernambuco é fundamental
para impedirmos a transferência de serviços importantes do BB para
a região Sudeste. Neste
sentido, já nos reunimos e conseguimos o apoio do secretário
de Governo do Estado, Milton Coelho, do chefe de Gabinete do
Governador, Renato Thièbaut, e do secretário de Transporte de
Pernambuco, Isaltino Nascimento.

Vale
ressaltar que, há alguns anos, o Banco do Brasil pretendia fazer uma
reestruturação semelhante em Minas Gerais, retirando grande parte
de setores administrativos de Belo Horizonte. Na ocasião, a luta do
Sindicato encontrou eco no Governo de Minas Gerais, que trabalhou
duro contra a reestruturação. E o resultado foi excelente: o BB
manteve o CSO e o CSL funcionando integralmente em BH.

Vale
destacar, também, que o Sindicato dos Bancários de Pernambuco tem
encontrado eco e apoio na imprensa local, que tem dado destaque para
os impactos negativos da reestruturação do BB.

Neste
diapasão, contamos com esta egrégia Casa Civil, que tanto nos honra
com sua tradicional presteza e seriedade na busca do bem comum.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Diana Ribeiro  Jornalista Responsável: Beatriz Albuquerque  • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer: Bruno Lombardi