
O Banco do Brasil e a
Caixa frustraram as expectativas dos bancários nas rodadas de
negociações específicas da Campanha 2014, realizadas nesta
quarta-feira, dia 24, em Brasília. Tanto o BB quanto a Caixa
apresentaram propostas de acordo para os sindicatos, mas as duas
empresas deixaram muito a desejar.
A presidenta do Sindicato,
Jaqueline Mello, diz que as duas propostas têm poucos avanços e não
contemplam as principais reivindicações específicas dos bancários
do BB e da Caixa. “As propostas ficaram muito aquém das nossas
expectativas. Foram poucos avanços diante de tantas demandas que
apresentamos e que já estão sendo negociadas desde o início de
agosto”, comenta.
Para Jaqueline, diante das propostas
apresentadas pelos bancos, só restam aos funcionários do BB e da
Caixa engrossarem a greve dos bancários, marcada para começar no
dia 30 de agosto. “Convocamos todos os colegas da Caixa e do BB a
comparecerem na assembleia que o Sindicato vai realizar nesta
quinta-feira (30), às 19h. Vamos deflagrar a greve por tempo
indeterminado para pressionar os bancos e garantir propostas que, de
fato, atendam nossas reivindicações”, destaca Jaqueline.
Banco
do Brasil – A quarta rodada de negociação específica com o
Banco do Brasil pouco avançou nas propostas econômicas e sociais. O
BB apresentou o índice de reajuste de 7%, o mesmo oferecido pela
Fenaban, que significa 0,61% de aumento real.
O banco também
apresentou algumas ações de combate ao assédio sexual com três
treinamentos. O primeiro será um curso para gestores que estão na
função e funcionários que concorrerão à vaga de gestores para
mediação de conflitos. O segundo será um curso sobre combate ao
assédio moral e sexual, e o último, sobre gestão organizacional.
Os treinamentos serão considerados para pontuação no programa de
talentos e oportunidades do BB (TAO).
A direção do BB também
propôs o pagamento em dinheiro do vale-transporte. Outra proposta do
BB é o bloqueio de todos os sistemas e aplicativos para o
funcionário que esteja fora do ponto eletrônico. Durante a
negociação, o BB se comprometeu, ainda, com a autorização da hora
extra até dezembro de 2014 para os funcionários que aderiram à
jornada de 6 horas.
Os representantes dos trabalhadores
frisaram que há várias questões importantes que precisam ser
avaliadas pelo banco, tais como a forma de cobrança de metas
abusivas e metas incluídas no programa de Gestão de Desenvolvimento
de Competências (GDP).
“O BB tem condições de avançar
muito mais nessa proposta, por isso vamos entrar em greve. Há uma
série de reivindicações que não foram atendidas, entre elas, o
Plano de Carreira e Remuneração (PCR), a volta da substituição, o
fim das distorções do Plano de Funções e a incorporação da
comissão”, enumera Jaqueline.
Caixa – A quinta
rodada de negociação específica com a Caixa foi frustrante para os
empregados. A proposta apresentada na mesa não contempla questões
prioritárias, como a melhora nas condições de trabalho, isonomia
de direitos entre novos e antigos, valorização do piso salarial,
horas extras e promoção por mérito. “A Caixa nem ao menos
garantiu o pagamento da PLR Social, como fez nos últimos anos. E os
problemas não são apenas econômicos. Queremos a contratação de
mais empregados para aliviar a sobrecarga de trabalho e o respeito à
jornada de seis horas”, ressalta Jaqueline.
A proposta
apresentada nesta quarta-feira prevê a renovação da cláusula
sobre ingresso na empresa (REF 202) e enquadramento após a conclusão
do contrato de experiência (REF 203). A representação dos
trabalhadores cobrou da Caixa que o índice da Fenaban para o piso
salarial seja aplicado no PCS. Os negociadores negaram o pleito,
alegando que o banco não adota o piso e possui um plano de carreira
com 36 níveis.
Outro ponto debatido na reunião foi a
promoção por mérito. A empresa não definiu até agora os
critérios que serão usados. Os sindicatos argumentaram que, como a
sistemática não foi debatida em tempo hábil, a Caixa deve se
comprometer a pagar dois deltas para seus empregados, em janeiro de
2015, a título de merecimento, com o compromisso de fechar a próxima
sistemática em março de 2015. A empresa ficou de analisar.
A
Caixa aceitou recolocar no acordo específico a concessão de bolsas
de estudo, sendo até 300 para graduação, até 500 para pós e até
800 para idiomas. A empresa havia suprimido o direito de forma
unilateral no primeiro semestre desse ano.
O banco entregou
aos sindicatos a proposta de atuação do Fórum de Condições de
Trabalho, que será formado por representantes da empresa e da
Contraf-CUT. Serão constituídos fóruns regionais e um fórum
nacional, que terão como atribuição construir ações preventivas
e para solucionar problemas relativos às condições de trabalho.
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