
neste fim de semana e nesta segunda-feira (27). Um dos motivos foi o
bloqueio de mais de três milhões de contas do auxílio emergencial por
suspeitas de fraudes ou inconsistências na documentação. Apesar da
divulgação de um calendário para a regularização, muitos trabalhadores
já formavam uma fila na noite de domingo. Na fila também estavam os
trabalhadores que buscavam sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS).
A situação demonstra mais uma vez a falta de planejamento do governo na
operação de pagamento do auxílio emergencial e do FGTS. Para o
presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa
(Fenae), Sérgio Takemoto, a direção da Caixa não parece estar preocupada
com proteção dos empregados e da população. “Estão mandando milhares de
pessoas para as agências, sem nenhum planejamento. Isso mostra que
novamente falta capacidade administrativa da direção da Caixa, e ainda
expõem tantas pessoas ao contágio da Covid-19”, afirmou.
O presidente da Fenae relembrou que no início da pandemia, a Federação e
as entidades que representam os trabalhadores reivindicaram uma série
de medidas para contar as filas que se formavam naquele período, mas
poucas coisas foram atendidas pela direção da Caixa. A campanha
informativa para a população, por exemplo, nunca saiu do papel. A
descentralização do pagamento do auxílio emergencial, também foi uma
pauta reivindicada que não foi atendida pela direção do banco. As
entidades também pediram o apoio de outras instâncias de governo. De
5.570 municípios, a Caixa chegou a fazer parcerias com cerca de 1.280
prefeituras para reforçar a organização das filas e manter o
distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas. “Os trabalhadores
estão estafados. O trabalho só aumenta, sem contrapartida na
segurança”, destacou o presidente da Fenae.
A volta das filas tem preocupado os representantes dos empregados da
Caixa. Para o coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa
(CEE/Caixa), Dionísio Reis, o governo retrocedeu em diversos pontos que
já estavam negociados com os bancários da Caixa. O assunto está sendo
debatido entre as entidades. “É um abuso desse governo, que retrocedeu
inclusive o que tínhamos de protocolos para os terceirizados, na
organização de filas, as estruturas combinadas com a prefeitura. Agora
também está querendo privatizar a Caixa. Isso é o modus operandi. Assim
como o governo fez com a fila da previdência, do SUS, com a Caixa é a
mesma coisa”, criticou Reis.
A demanda da Caixa é gigantesca. O banco público está pagando o auxílio
emergencial para mais de 65 milhões pessoas e outros 60 milhões de
pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de mais
de três milhões de pagamentos do Benefício Emergencial de Preservação
do Emprego e da Renda (BEm). Segundo a representante dos empregados da
Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano, em três meses estão
passando pela Caixa 121 milhões de brasileiros, o que significa que em
cada 10 adultos, oito estão passando pela Caixa.
Para a conselheira, a forma de resolver o problema seria a
descentralização do pagamento, reivindicação que não foi acatada pelo
governo federal. “Os empregados da Caixa estão extremamente, cansados,
sobrecarregados. É uma pressão violenta. E não é apenas o atendimento,
tem a pressão por metas. Para a população também é um sofrimento. Além
do desemprego e a pandemia ainda tem que ir para a fila correr mais
risco”, ressaltou.
Como fazer o desbloqueio da conta?
Para os trabalhadores que precisam fazer o desbloqueio da conta do
auxílio emergencial é necessário ir até uma agência da Caixa com o
documento de identidade.
Para evitar as filas, a Caixa divulgou um calendário para os beneficiários que precisem ir até a agência.
Nascidos em janeiro, fevereiro e março — desbloqueio até 24 de julho
Nascidos em abril e maio — desbloqueio de 27 a 31 de julho
Nascidos em junho e julho — desbloqueio de 3 a 7 de agosto
Nascidos em agosto, setembro e outubro — desbloqueio de 10 a 14 de agosto
Nascidos em novembro e dezembro — desbloqueio de 17 a 21 agosto