Retorno dos empregados para trabalho presencial requer planejamento e negociações

Denúncias de que a Caixa estaria voltando ao trabalho presencial sem
os cuidados necessários para o combate à Covid-19 chegaram até a Câmara.
Os parlamentares David Miranda (PSOL-RJ) e Alexandre Padilha (PT-SP),
solicitaram a investigação sobre o caso e a situação ganhou a mídia.
Para a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica
Federal (Fenae) o retorno ao trabalho presencial requer planejamento e
deve ser negociado com as entidades que representam os empregados da
Caixa. 

Segundo o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, o engajamento dos
deputados é essencial na luta pelos direitos dos trabalhadores da Caixa e
reforça que o retorno ao trabalho requer estudo. Com mais de três
milhões de brasileiros contaminados pela Covid-19, o isolamento social é
a maneira de enfrentar a doença. “Os empregados estão fazendo grande
trabalho para manter o papel social da Caixa, principalmente nessa
pandemia ao fazer o pagamento do auxílio emergencial. Mas todos estão
esgotados e com medo de voltar ao trabalho presencial. Qualquer
possibilidade de volta precisa ser negociada. Por isso, a participação
dos parlamentares nessa luta é fundamental”, afirmou Takemoto.

O retorno ao trabalho está sendo debatido nas reuniões da Campanha
Nacional dos Bancários e nas negociações com a Caixa. A coordenadora da
Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, concorda com Takemoto ao dizer
que o apoio dos deputados fortalece a luta dos trabalhadores, mas
ressaltou que a Caixa não está chamando o grupo de risco. 

Fabiana disse ainda que a posição da CEE é a defesa do isolamento
social e que se faça a negociação para um eventual retorno. “O retorno
tem que ser devidamente planejado, considerando todas as orientações
cientificas. Avançamos em algumas conversas, como na questão dos
coabitantes do grupo de risco. Mas o ideal seria manter o máximo
possível as pessoas em isolamento”, destacou. 

Nas investigações, o deputado David Miranda enviou ao Ministério
Público Federal (MPF) uma representação contra a Caixa afirmando que
recebeu denúncias de empregados do banco dizendo que estão voltando ao
trabalho sem considerar pessoas do grupo de risco e sem que seus
escritórios ofereçam condições mínimas de prevenção à Covid-19. Já o
deputado Padilha apresentou na segunda-feira (10) um requerimento
pedindo informações ao governo sobre as medidas adotadas no
enfrentamento da pandemia em empresas públicas diante do retorno do
trabalho presencial e citou o exemplo da Caixa. 

Coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas e
representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita
Serrano, viu como positiva a atitude dos parlamentares e destacou que
deve ser ampliada para outras empresas públicas. Para Rita, falta
planejamento da Caixa para o retorno dos trabalhadores.

“O retorno ao trabalho vem sendo feito sem um planejamento adequado. O
que estamos vendo é o contrário, principalmente nas agências que
continuam aglomeradas com a população em busca dos pagamentos e nas
áreas intermediárias. A Caixa acertou no início da pandemia ao colocar
os empregados em home office, mas agora na hora de discutir o retorno
dos empregados faltou um planejamento e cuidado adicionado com
empregados”, avaliou Rita.

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