No mês dedicado à luta dos povos indígenas e diante do agravamento das ameaças a esta população no Estado, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realiza a live Luta dos Povos Indígenas em tempos de pandemia. A transmissão será nesta quarta-feira (19), às 16h, no youtube do Sindicato (www.youtube.com/tvbancariospe).
A conversa virtual contará com a participação de Sandriene Pankara, liderança indígena em Serrote dos Campos/Itacuruba; Niedja Pankararu, bióloga e feminista; e de Suzi Rodrigues, socióloga e presidenta licenciada do Sindicato. A mediação será feita pelo dirigente da entidade e indígena Pankararu, Rubens Nadiel.
Sob constantes ameaças de invasores de suas terras, há tempos o povo Pankararu teme pela segurança da comunidade e reivindicam providências do governo federal. No final de julho, uma placa instalada dentro do território demarcado deixou clara a iminência de um novo conflito. A placa trazia mais de dez nomes de indígenas marcados para morrer. Situada nos municípios de Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, no sertão pernambucano, a demarcação da Terra Indígena Pankararu é fruto de mais de 70 anos de luta.
Também em agosto, criminosos invadiram a Escola Estadual Indígena Marechal Rondon, localizada na aldeia Fulni-Ô, em Águas Belas. Os livros e materiais didáticos foram queimados.
“Nossos povos vivem em constante luta por um território que é seu por direito. Agora, durante a pandemia, o desafio aumenta quando precisam se proteger das invasões ao mesmo tempo que se protegem do contato e contágio do novo coronavírus. Queremos paz e condições dignas para viver”, destaca o dirigente do Sindicato, Rubens Nadiel. As aldeias estão protegidas por barreiras físicas para isolamento, mas os indígenas continuam sofrendo ameaças.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, foram frequentes os alertas de especialistas sobre os impactos que o vírus poderia ter em terras indígenas, assim como em outras povoações historicamente desassistidas pelo Estado. Até 7 de agosto, o número de casos de covid-19 confirmados em territórios indígenas já superava os 22 mil, com 631 vítimas fatais da doença.