Com o Brasil se aproximando da triste marca de meio milhão de vidas perdidas em meio à pandemia da Covid-19, o Banco do Brasil em Pernambuco decidiu aderir ao “marketing da morte”. Por meio da Superintendência Recife, o banco tem pressionado os seus funcionários a oferecerem o “Seguro pra Vida” aos clientes. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco repudia a estratégia do BB de se aproveitar deste momento de fragilidade emocional enfrentado por milhares de pessoas para aumentar a venda de produtos.
Em mensagem enviada aos funcionários, o banco usa o seguinte argumento: “muitas das vítimas da covid-19 eram os principais provedores de suas famílias, que agora têm que conviver, além da perda do ente querido, com a perda da renda familiar. Essa situação delicada poderia ter sido minimizada se uma pequena ferramenta de planejamento financeiro tivesse sido incorporada por essas famílias, o Seguro pra Vida”.
Na avaliação da presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues, a alta direção do banco é conivente com esse tipo de ação que explora a tragédia vivida pela população em busca de alinhamento às práticas gananciosas do mercado, descaracterizando o caráter público da instituição.“Os próprios bancos continuam sendo um local de aglomeração e contágio da covid-19, sem vacina para os bancários, por omissão do governo Bolsonaro. Governo esse que é também o responsável pela condução do BB e não condena essa prática que faz uso da grave crise para vender em cima das mortes. Tudo isso que estamos vendo é o capitalismo na sua forma mais perversa, lucrando com mortes, adoecendo trabalhadores com pressão por metas, desviando o papel do banco público e precificando vidas”, destaca.
O Sindicato entrou em contato com a CEE do Banco do Brasil para tratar da denúncia recebida. “Verificamos que a ação de incentivo à venda de seguro com campanha vinculada às mortes pela covid-19 não tem ocorrido em outros estados, sendo uma iniciativa localizada em Pernambuco. Esperamos que a Superintendência se posicione e recue nesta ação de uso do marketing da morte”, afirma a secretária-Geral do Sindicato e membro do CEE BB, Sandra Trajano.