A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), por meio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, cobrou esclarecimentos da direção do banco sobre o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV).
Segundo a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, as entidades têm denunciado que a Caixa não cumpre o prazo para realização da primeira sessão da CCV, conforme prevê o ACT. “A Caixa tem até 30 dias para responder aos pedidos de conciliação enviados pelos sindicatos, mas não tem cumprido o prazo. E quando faz a conciliação, também não faz o pagamento na data acordada. Além disso, não respeita a ordem de recebimento das demandas dos sindicatos, não responde e-mails e nem atende as ligações. Está muito ruim todo esse processo”, disse Fabiana. Ela conta que existem requerimentos sem resposta desde o ano passado e muitos bancários cobram dos sindicatos.
Este não é o primeiro pedido de esclarecimentos e providências feito pela comissão. “Entendemos que, devido ao atraso da assinatura do acordo, acúmulo de pedidos e mesmo reestruturação das áreas envolvidas, pudesse ter uma demora no atendimento das conciliações. Mas, já deu tempo mais que suficiente para o ajuste ser feito e não se justifica não dar nem uma posição sobre as pendências. Queremos que o negociado seja cumprido!”, disse a coordenadora da CEE.
O acordo da CCV foi renovado em fevereiro deste ano e tem validade até dezembro de 2022. O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, ressaltou a importância da comissão.
“A CCV permite que as demandas dos empregados sejam definidas sem a necessidade de uma ação judicial. Além disso, o empregado pode ter o acompanhamento direto das entidades sindicais para auxiliá-lo a tomar a melhor decisão. É um direito acordado, portanto, deve ser rigorosamente cumprido”, destacou o presidente da Fenae.
Em Pernambuco, mais de 30 bancários aguardam a resposta da Caixa aos seus pedidos, alguns que fizeram suas homologações em dezembro de 2020/ Janeiro de 2021, enviadas à Caixa no primeiro mês deste ano. “A demora é injustificável, pois o Sindicato fez todas as preparações para essa nova modalidade com antecedência, cumpriu todas as exigências burocráticas para viabilizar o modelo não presencial, habilitou eletronicamente as assinaturas dos seus representantes e com o pessoal da REPHES local, fez simulações das seções de conciliação, enfim, tudo para que a demora nas negociações desse novo modelo fosse atenuada”, afirma o secretário de assuntos jurídicos, João Rufino
Até agora, aconteceram apenas sete seções no Estado e, mesmo assim, de forma inédita, o crédito do valor aceito pelos trabalhadores atrasou. “É desrespeitoso com empregados que dedicaram anos de suas vidas à Caixa, assim como com os sindicatos que para cumprir o acordado se adaptaram tecnologicamente para atender aos bancários. A Comissão cobrou da Caixa a resolução desse problema, que atinge todos os Estados e esperamos resolução nas próximas semanas”, conclui a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues.