![]()
Incomodados
com a política desastrosa do Governo Bolsonaro, empresários de
vários setores constroem manifesto intitulado “A praça dos Três
Poderes”. O documento que deverá ser lançado amanhã, 31 de
agosto, caso não haja outra proposta, causou indignação no
governo, pois o mesmo avalia que isto é uma manifestação política
contra ele. Em resposta, Bolsonaro ordenou aos presidentes do Banco
do Brasil e da Caixa Econômica Federal que retirassem as duas
instituições da Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), uma vez
que a Federação, representante dos banqueiros, decidiu apoiar o
manifesto.
Não
conhecemos o documento que será lançado amanhã, mas pelo que
conseguimos pesquisar sobre o tema, os
empresários, muito menos os banqueiros, não estão dispostos a
atacar frontalmente o governo. Parte da agenda política dele atende
aos interesses empresariais, a exemplo das reformas administrativas e
trabalhista e das privatizações. No entanto, a instabilidade
institucional provocada pelo planalto parece que não interessa a
nenhum setor da sociedade. Diferentemente do período do golpe em
2016, bancado pelos empresários, parece que este pato a Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp)
não deseja pagar.
Os
bancários e as bancárias de todo país, mais uma vez, estão no
olho do furacão neste complexo cenário político brasileiro.
Obviamente que a saída do BB e CEF da Febraban terá repercussões
na nossa luta sindical. Os
presidentes do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, e da Caixa Econômica
Federal, Pedro Guimarães, são aliados de primeira linha
e não exitarão em cumprir à
risca qualquer ordem
do capitão a partir desse
episódio. Mas,o
Banco do Brasil e a Caixa
Econômica Federal pertencem a nação e não podem ser usados por
este governo como instrumentos ideológicos a serviço do fascismo e
contra os anseios da população.
Por isso, precisamos ficar
atentos a todos os movimentos e prontos para a defesa dos interesses
do conjunto da classe trabalhadora, dos direitos e conquistas da
nossa categoria e, principalmente, da nossa democracia.
Diante
deste cenário, imposto pelo atual momento conjuntural, mais do que
nunca é fundamental que a categoria bancária continue unida,
fortalecendo nossa organização no setor público e no setor
privado, na luta contra as demissões nos bancos privados, contra o
desmonte e as privatizações dos bancos públicos e firmes pelas
garantias e conquistas da nossa Convenção Coletiva de Trabalho
(CCT). Só dessa forma seremos capazes de resistir e avançar nas
nossas lutas.
Fabiano
Moura
Presidente
do Sindicato dos Bancários de Pernambuco