Em reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na tarde desta segunda-feira (31), os bancos deram retorno sobre as reivindicações da categoria com relação aos protocolos de segurança sanitária. O Sindicato dos bancários de Pernambuco esteve representado na negociação pelo presidente Fabiano Moura. Na avaliação do movimento sindical, os avanços ainda são insuficientes para garantir a saúde e a vida dos bancários.
“Após a segunda negociação com os bancos, o que pude perceber é que não há interesse, por parte dos banqueiros, de avançar nas reivindicações dos bancários. Enquanto isso, bancários e clientes seguem expostos à contaminação. A criação de um protocolo único se quer está sendo considerado pelos bancos. Dessa forma, não temos outra alternativa a não ser intensificar as mobilizações e denunciar aos órgão públicos sobre a real situação da categoria. Para os banqueiros, mais uma vez as questões econômicas se sobrepõem a vida”, critica Fabiano Moura.
Em decorrência do novo aumento dos casos de contaminação, internações e óbitos por Covid-19, o Comando Nacional dos Bancários voltou a cobrar o retorno do teletrabalho, principalmente para aqueles que possuem alguma doença que possa ser agravada nos casos de contaminação pelo vírus da Sars-Cov-2 (comorbidade). O pleito ainda não foi atendido pela Fenaban. Os bancos também não aceitaram fornecer máscaras adequadas (PFF2/N95) para seus funcionários, alegando que existem bancários que preferem usar suas próprias máscaras de pano.
“Os bancos garantiram que os trabalhadores que mantiveram contato com colegas com caso confirmado de Covid-19 devem ser testados para que haja o retorno ao trabalho. Caso não haja condições de efetuar o teste, o retorno deve ocorrer somente no 11º dia após o contato”, informou o secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mauro Salles.
A Fenaban disse que os bancos vão enviar comunicados aos gestores orientando o afastamento de 10 dias, com retorno somente a partir do 11º dia, no caso de não haver testes disponíveis, podendo ser reduzido para 7 dias, com retorno a partir do 8º dia, caso haja um segundo teste negativo, após o 5º dia de sintomas.
O Comando Nacional aguarda a formalização da orientação geral para que a aplicação não fique a critério dos gestores. Em muitos casos, para atendar as metas estipuladas pelos bancos, gestores evitaram cumprir estes protocolos.
Vacinação contra a gripe
O Comando reivindicou ainda que os bancos adiantem a vacinação contra a gripe, como forma de prevenção contra a doença e para evitar que haja confusão dos casos de gripe com os de Covid-19, uma vez que os sintomas são muito parecidos. A Fenaban informou que os bancos vão adquirir as vacinas assim que as mesmas forem disponibilizadas, com a atualização da fórmula para a proteção contra a H3N2 e as novas cepas do vírus da gripe. Mas, pode ser que não haja tanta antecipação, pois os laboratórios precisam produzir a vacina e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa autorizar a importação. A previsão é de que a vacinação nos bancos seja realizada entre abril e junho, dependendo de quando a nova vacina ficar pronta e do tempo que a Anvisa levará para autorizar sua importação.
Reivindicações que permanecem:
Sanitização das agências e unidades administrativas com casos confirmados;
Exigência do passaporte da vacina dos clientes;
Distribuição de máscaras adequadas (PFF2/N95) para os funcionários;
Protocolo unificado;
Retomada do teletrabalho em home office;
Controle de acesso de clientes;
Redução do horário de atendimento para diminuir tempo de exposição;
Garantia de álcool-gel nas agências e departamentos;
Manutenção de marcação do distanciamento;
Suspensão de visitas a clientes, pelo menos neste momento de alta de casos de infecção;
Melhorar o atendimento da telemedicina;
Compromisso com a não-demissão;
Antecipação da vacinação contra a gripe.