Diante do fim da ultratividade, que garantia os direitos já conquistados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) até a renovação do acordo, o Comando Nacional dos Bancários decidiu antecipar o calendário da Campanha Nacional 2022. As atividades preparatórias começam em maio e a 24ª Conferência Nacional dos Bancários será realizada entre 3 e 5 de junho.
Após a reforma trabalhista, feita pelo governo Temer após o golpe de 2016, a ultratividade deixou de ter validade, ou seja, se a categoria não renovar a convenção até o dia 30 de agosto, quando a atual perde a validade, poderá perder os direitos e os benefícios já conquistados.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que participou da reunião do Comando Nacional nesta sexta-feira (18), este será um ano de muita luta e resistência. “A unidade e a participação efetiva da categoria serão fundamentais para sairmos vitoriosos desta campanha. Precisamos garantir nossos direitos já previstos na CCT e avançar nas garantias relativas às novas formas de trabalho, a exemplo do Home-office e teletrabalho. As questões relacionadas à saúde também serão bastante importantes, especialmente neste momento, quando a pandemia continua assolando o mundo. A defesa dos bancos públicos, fim das metas abusivas, fim das demissões no setor privado, mais contratações para melhorar o atendimento à população, aumento real, participação nos lucros e garantia das cláusulas sociais, são alguns pontos que estaremos discutindo com os banqueiros durante nossa campanha nacional unificada. Cada bancário e bancária será fundamental para o êxito dessa luta por uma vida melhor, e por um ambiente de trabalho decente”, afirma.
Na ocasião, também foi aprovado que a Conferência ocorrerá de forma híbrida, com participação presencial ainda a ser definida. No próximo encontro do Comando Nacional serão definidos ainda os eixos da campanha, que terá grande relevância por se tratar de um ano de definições para o país, com a eleição presidencial.
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, pontua que, na ocasião, “serão definidos os caminhos de mobilização da categoria, que deverá ser grande, pois este é um momento em que haverá a decisão se o Brasil continuará a ter empresas e bancos públicos, se a inflação será controlada, se o salário mínimo vai recuperar seu poder de compra, se o desemprego vai continuar alto e até mesmo se vamos continuar com um governo que ataca os direitos dos trabalhadores. É um momento de mobilização”.
CALENDÁRIO DA CAMPANHA NACIONAL
Até 17 de maio: assembleias para eleição dos delegados.
Até 21 de maio: consulta nacional.
Até 24 de maio: envio da consulta à Contraf-CUT.
Até 29 de maio: realização das conferências estaduais ou regionais.
A definir: encontro dos bancos privados.
Dias 2 e 3 de junho: congressos dos bancos públicos (Caixa, BB, BNB, BASA e BNDES).
Dias 3 a 5 de junho: 24ª Conferência Nacional dos Bancários.
Dias 6 e 7 de junho: assembleias para aprovação da minuta de reivindicações.
