O Sindicato dos Bancários de Pernambuco não irá recuar diante das ameaças da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que judicializou a campanha “Banqueiros, inimigos Nº1 do Brasil – Santander, Bradesco e Itaú. Mais de R$ 50 bilhões de lucro que geram fome, miséria e desemprego”. No último dia 9 de março, em audiência de mediação e conciliação, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) rejeitou a ação, alegando incompetência da instância para julgá-la. O resultado da tratativa foi positivo para o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que reafirma seu compromisso com a defesa irrestrita da classe trabalhadora.
Na ocasião, o presidente do Sindicato, Fabiano Moura, destacou que a ação política foi uma resposta ao descumprimento, por parte dos bancos, de protocolos de prevenção à Covid-19 e do acordo de não demissão durante a pandemia, e também ao excesso de jornada imposta aos bancários. “A lucratividade do setor financeiro permaneceu alta durante a pandemia, e, em contrapartida, os bancários sofreram com demissões, sobrecarga de trabalho e adoecimento. A nossa categoria continuou abrindo as agências, mesmo com condições precárias de trabalho. Esse lucro exorbitante dos bancos poderia ser revertido para melhoria das condições de trabalho e geração de emprego. Então, a campanha teve o objetivo de trazer a reflexão à sociedade, para defender a vida e o emprego, garantindo justiça social no país”, afirmou Fabiano Moura.
Na ponderação da Procuradora do Trabalho, Ana Carolina Ribemboim, o pedido da Fenaban para encerramento da campanha para que o Sindicato assumisse o compromisso de isentar-se de práticas similares em momentos futuros, não se enquadra em situação de dissídio coletivo, opinando pela não competência da Justiça do Trabalho para julgamento do caso. Entendimento esse também apresentado pela desembargadora Nise Pedroso, que rejeitou o procedimento e deu por encerrada a audiência.
“Os banqueiros querem, inclusive, que o Sindicato assuma um compromisso de não realizar futuras campanhas com essa linha da denúncia, colocando em questão a relação estabelecida nas negociações com a categoria. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco tem como princípio a liberdade e autonomia sindical prevista pela OIT e não aceitaremos ameaças dos banqueiros”, conclui Fabiano Moura.
