Apesar de a pandemia ainda não ter seu fim decretado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Santander convocou todos seus funcionários para o retorno ao trabalho presencial, inclusive os do grupo de risco, e não aceita negociar a flexibilização deste retorno com o movimento sindical. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco e a Contraf-CUT, que são contrários ao retorno presencial destes trabalhadores, realizaram um Dia Nacional de Luta, neste 29 de março, em defesa da vida, por melhores condições de trabalho e por contratações.
“O banco tem tomado outras medidas que aumentam o risco de contágio pelo novo coronavírus e prejudicam, ainda mais, as condições de trabalho de seus funcionários. O ataque mais recente é a convocação de gestantes, pessoas do grupo de risco e até não vacinados”, alerta a secretária de Bancos Privados do Sindicato, Dileã Raposo.
A mobilização proposta pela COE do Santander contou, em Pernambuco, com reunião com funcionários e ato na agência Santander – Parque Amorim. Após a mobilização na unidade bancária, os dirigentes seguiram em passeata para a avenida Agamenon Magalhães, onde denunciaram com faixas nos sinais e distribuição de jornal informativo os desmandos do Santander no Brasil. Além dos dirigentes que compõem o coletivo Santander do Sindicato, o ato contou com representantes dos funcionários dos demais bancos públicos e privados.
“Paramos os funcionários para uma conversa e mostramos também para a população a real situação pela qual esses funcionários estão passando. O banco Santander tem avançado na terceirização, descumprido o acordo coletivo, pressionado a abertura aos sábados e ampliação da jornada de trabalho. São incontáveis os desmandos do Santander no Brasil e os funcionários estão mobilizados para exigir respeito”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
A Portaria 14, do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho e Previdência, determina que as empresas devem definir protocolos atualizados, que contemplem medidas que visem à prevenção da ocorrência de Covid-19, bem como à detecção precoce dos casos; afastamento imediato dos infectados e contactantes; testagem dos contactantes e suspeitos; e monitoramento dos doentes. Além de estratégia de testagens periódicas de maneira a identificar infectados assintomáticos que disseminem o vírus entre os colegas e clientes.
Esses protocolos devem incluir medidas que propiciem a adequada ventilação e renovação do ar nos ambientes de trabalho, incluindo áreas de pausas e banheiros, dimensionamento do número de pessoas em cada ambiente de trabalho de forma a se evitar aglomerações ou pessoas próximas umas das outras. Máscaras PFF2 ou N95 devem ser fornecidas e/ou custeadas pelas empresas.
“Mesmo com a dose de reforço da vacina, as pessoas que fazem parte do grupo de maior risco para a Covid-19 podem ter agravamento da doença e inclusive a morte. Por isso, os protocolos de prevenção para estas pessoas deveria ser mantido pelo Santander até o fim da pandemia. O banco tem se mostrado intransigente na mesa de negociação, mesmo quando a pauta é a vida das pessoas”, critica a dirigente da Fetrafi-NE e membro da COE Santander, Tereza Souza.