
Atualizada em 4/4/22, às 8h40
No último dia do 6º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na manhã do domingo (3), as delegadas e os delegados representantes de sindicatos e federações filiados aprovaram as alterações estatutárias, elegeram a nova direção da entidade e definiram as diretrizes para o plano de lutas da próxima gestão. Com o tema “Reconstruir o Brasil que a gente quer”, o evento aconteceu em São Paulo, nos dias 1,2 e 3 de abril, sendo realizado em formato híbrido. A importância do papel dos sindicatos e federações para reconstrução do País foi destaque no Congresso.
Juvândia Moreira foi reconduzida à Presidência da Contraf-CUT. Participam da diretoria, representando Pernambuco, Janaína Kunst e Luiz Sabino, ambos pela força política Articulação Sindical, e Kátia Cadena, pelo EnFrente.
A delegação de Pernambuco esteve representada, presencialmente, pelo presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura; a secretária de Finanças, Suzi Rodrigues; o suplente da secretaria de Bancos Públicos, Fernando Batata; e, pela Fetrafi-NE, a secretária de Comunicação, Sandra Trajano. No sistema remoto, participam os dirigentes Janaína Kunst, Jairo Lopes, Cândida Fernandes, Sabino e Dilson Cavalcanti.
A abertura do evento, na sexta-feira, foi marcada pela defesa da unidade nacional na categoria bancária e por ressaltar a importância da Contraf-CUT para a reconstrução do país, a partir da mobilização da classe trabalhadora através dos sindicatos e federações.
A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destacou que “Bolsonaro, junto com o golpe de 2016, destruiu o Brasil para retirar direitos, para empobrecer o país, para implementar um país para poucos”, disse. Por isso, enfatizou a importância das eleições de 2022. “A eleição de um candidato comprometido com os trabalhadores é importante para o Brasil, para a democracia, para a América Latina, para o mundo e também para termos desenvolvimento com distribuição de renda, geração de emprego e conteúdo nacional. Temos que lutar por uma reforma tributária que distribua renda, para que a educação não seja privilégio. Esse é nosso sonho, e nós temos que fazê-lo, e não esperar que alguém faça por nós”.
No sábado (2/4), os delegados e delegadas do 6° Congresso acompanharam as análises de conjuntura, com reflexões da presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, e da advogada, professora e doutora em Direito pela Universidade Pablo de Olavide, na Espanha, Caroline Proner.
Durante o debate, o presidente do Sindicato, Fabiano Moura, destacou o desafio do movimento sindical de cobrar a regulamentação do Sistema Financeiro. “O Sistema Financeiro não é uma atividade fim, é uma atividade meio, que deveria impulsionar atividades produtivas. Mas, não faz isso. Ao contrário, drena da atividade produtiva a sua capacidade de sobrevivência. É uma conta que não fecha”, apontou.
A defesa da democracia também foi pautada pelos dirigentes bancários, que reforçaram a necessidade de interromper o processo político representado por Bolsonaro. A secretária de Finanças do Sindicato, Suzi Rodrigues, lembrou da importância da governabilidade para o próximo presidente eleito no País. “Se nós colocarmos um Congresso ultraconservador, como foi com a presidenta Dilma e é este atual, o presidente não vai poder governar. Temos que fazer o debate do projeto de sociedade que a gente quer, com parlamentares que estão de fato comprometidos com a classe trabalhadora, com as mulheres, com LGBTQIA+, negras, juventude, pobres, desempregados e famintos. Vamos organizar as nossas bases, que por vezes pensa que é elite, mas é feita de trabalhadores. Vivemos de salário e sem emprego a gente não tem nada”, afirma Suzi.
A consolidação de comitês de luta permanentes, que não se encerrem após o período eleitoral, foi aprovado como uma estratégia de organização e mobilização. “Os comitês já estão sendo criados em alguns Estados e vejo que serão pontos importantes para o engajamento do movimento sindical, pois precisamos deixar de falar para nós mesmos e ir para as ruas, dialogar com a sociedade”, avalia Sandra Trajano.
A criação de comitês de organização e luta de bancários acontecerá em todo o Brasil, com brigadistas que ajudem a difundir as informações para as bases e as propostas de interesses dos trabalhadores, como a defesa dos bancos públicos e a defesa do sistema financeiro com funções de desenvolvimento econômico e social do país. Eles também serão responsáveis por reverberar as lutas específicas da categoria, como o aumento real, o combate às metas abusivas, o fortalecimento da mesa única de negociações e a regulação do teletrabalho, entre outros.
No final da manhã do segundo dia do 6º Congresso, ocorreu o painel em que foi feito o Retrato dos Bancos e dos Bancários, pelo economista Gustavo Cavarsan, da subseção da Contraf-CUT do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A apresentação fez o mapeamento dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, com subsídios para a estratégia de atuação da entidade nos próximos anos. Acesse a apresentação completa do Dieese aqui.
Para Fernando Batata, este Congresso é extremamente importante para o momento da luta sindical. “Observamos uma participação ativa e proativa neste modelo híbrido (presencial e virtual), promovendo debates on-line, troca de experiências e comungação dos nossos focos e objetivos. Parabéns à classe trabalhadora e bancária pela nossa organização, representada pela CONTRAF, federações e sindicatos. A qualidade dos painéis, palestrantes, e debatedores(as), promovem ensinamentos e certeza que a nossa luta está viva e atuante”, conclui.