
Com o Plenarinho da Câmara Municipal do Recife lotado, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco esteve presente na Audiência Pública pelo cumprimento da Lei de Segurança Bancária Nº 18.634/2019. A agenda foi convocada pela vereadora Liana Cirne (PT), que assumiu o compromisso de apresentar um projeto de emenda legislativa que explicite que os itens de segurança também são obrigatórios em Unidades de Negócios dos bancos.
“A nossa percepção é que esta audiência foi um momento marcante, mas os banqueiros continuam intransigentes nessa proposta que fragiliza a segurança e coloca em risco bancários e clientes. O Bradesco tem retirado vigilantes e portas com detector de metais ao transformar agências bancárias em unidades de negócios. Para nós, esse modelo não protege as pessoas, além de gerar um ambiente de medo e tensão, adoecendo ainda mais a categoria. As vidas devem estar acima do lucro”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
Na ocasião, a Febraban e o Bradesco também estiveram representados na mesa, por Heliomar Santos e Pedro Viotto. Para justificar a retirada dos itens, apresentaram um relatório da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco que mostra a redução da violência bancária, desconsiderando que esse resultado é fruto das medidas de segurança pactuadas no Estado com o projeto-piloto de segurança bancária proposto pelo Sindicato, que proporcionou a implantação de todos os itens de segurança: biombos, guarda-volumes, sistema de circuito interno e externo de imagens, alarme interligado, porta detectora de metais e vigilantes.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, assim como a Fetrafi-NE, o Sindicato dos Vigilantes e a vereadora Liana Cirne, ponderaram que existe guarda e circulação de numerário nos caixas de autoatendimento nas unidades de negócio, onde os bancários também auxiliam a população. “Os bancos pensam no patrimônio e a gente pensa na vida das pessoas. O banco está alegando que não há manuseio de dinheiro e nós temos provas de que há sim movimentação financeira. Então, se o Banco Central e a Polícia Federal não quer ver, o Sindicato e a Fetrafi-NE vão continuar denunciando, porque vamos provar que há uma ilegalidade em Recife”, ressaltou a secretária Jurídica da Fetrafi-NE, Suzi Rodrigues.

A situação foi confirmada pelo funcionário do Bradesco e dirigente sindical, Armando Péricles, que atua no autoatendimento do banco. “Semana retrasada atendi um rapaz, e este não é um caso isolado, que tem um depósito de bebidas, e ele chegou para realizar um depósito de 30 mil. Como o Bradesco não tem mais caixas, eu informei que precisava ser no autoatendimento. Ele ficou alterado e exigiu que eu contasse o dinheiro com ele e o ajudasse a depositar. Se essa quantia não é significativa para a Febraban, para mim é”, concluiu Péricles.