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Na rodada de negociação
com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na última quinta-feira
(28), dirigentes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e demais entidades do
país repudiaram a proposta apresentada pelos banqueiros. Na mesa de negociação,
a proposta de retirar do interior das agências os sistemas de segurança e
vigilantes, foi desaprovada pelos representantes da categoria.
O presidente do Sindicato
dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, destaca a falta de compromisso dos
bancos para segurança dos funcionários e clientes.
“Discutimos cláusulas
sociais e as de segurança bancária, mas, sem avanços, o comando nacional
repudiou as propostas apresentadas pelos banqueiros. Não vamos permitir que a
insegurança, que já está presente para a categoria, aumente e traga mais
transtornos para quem trabalha dentro das agências bancárias. Os banqueiros
alegam que os assaltos diminuíram, mas estes números são consequência da luta e
conquistas dos sindicatos, que conseguiram estes mecanismos de segurança nos
locais de trabalho”, comenta Fabiano Moura.
Os argumentos
apresentados pelos representantes dos bancos na mesa de negociação, através de
dados de redução de assaltos, desconsideram o mundo real no interior das
agências, com unidades lotadas, clientes inseguros operando caixas de
autoatendimento, bancários sendo ameaçados e adoecendo com a pressão para
obtenção das metas abusivas. “Além das ameaças de perda de função, demissão e
assédios, os bancários ainda têm que submeter-se a um ambiente de trabalho sem
segurança”, reforça Fabiano.
A Fenaban alega que houve
redução de 98,5% no número de assaltos a agências e postos bancários de 2000 a
2021 e propõe que a representação dos trabalhadores se junte aos bancos e atuem
contra as normas estaduais e municipais de segurança, que exijam aparatos de
segurança além dos previstos na Lei 7.102/1983, que regulamenta a segurança
bancária.
Segundo dados dos bancos,
em 2021, apenas 3% das transações bancárias foram realizadas em agências
bancárias e, por isso, não há porque fazer tanto alarde na retirada de portas
de seguranças e vigilantes das agências. Mas, um levantamento do Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que,
ainda que em números relativos as transações via agências tenham perdido
espaço, 48% delas são com movimentação financeira e que isso demonstra a
importância de haver sistemas de segurança e vigilantes em qualquer tipo de
agência bancária.
Ainda para o presidente
Fabiano Moura, “a proposta apresentada pelos banqueiros, por si só, já deve ser
compreendida como absurda, pelo fato de não ter nada que justifique que os
bancos, na tentativa de aumentar suas margens de lucro, exponha a vida dos seus
empregados e clientes. Mas não fica só por aí. O banco afirma que, caso a agência
tenha ferramentas de segurança que não sejam necessárias na visão dos
banqueiros, os bancários irão ser obrigados a cumprirem metas maiores para
pagar essa segurança. Nós não vamos pagar essa conta e exigimos que os bancos,
como concessão pública que são, tenham a obrigação de garantir a proteção dos
trabalhadores e clientes”.
No decorrer da reunião,
diversos membros do Comando apresentaram argumentos insistindo na criação do
GT, mas os bancos se recusaram a debater o tema. A Fenaban recusou a proposta
de criação do GT e disse que está aberta a debater o tema até o final de agosto
e, caso contrário, assumirá a responsabilidade por tocar a pauta de acordo com
seus interesses.