Para deliberar sobre a deflagração de greve por tempo indeterminado, a categoria bancária foi convocada para participar de uma Assembleia Geral, nesta quarta-feira (31/8), às 19h, no Sindicato dos Bancários de Pernambuco. A agenda de mobilização segue orientação do Comando Nacional dos Bancários, que recusou em mesa de negociação a proposta abaixo da inflação apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
A última proposta feita pelos bancos, na 18º mesa de negociação, foi reposição de 75,8% da inflação, que gera perda de 2% nos salários. Os bancos também ofereceram ajuste de 100% da inflação (no momento projetada pelo Banco Central em 8,83% para o final de agosto) para os vales alimentação e refeição. Entretanto, a categoria pede a inflação dos alimentos, projetada para 15,37%.
“Em 2021, os bancos bateram recorde nos lucros e, no primeiro semestre de 2022, os cinco principais bancos apresentaram um crescimento no lucro de 14,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em números, são R$ 56,5 bilhões. O resultado é fruto do trabalho dos bancários e das bancárias, que merecem reconhecimento. Exigimos uma proposta decente e respeitosa. Então, se houver greve, a culpa é dos banqueiros, que mesmo com condições não atenderam às reivindicações da categoria”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
Além do reajuste salarial e demais cláusulas econômicas, a categoria cobra mais contratações, fim do assédio moral e sexual, combate às metas abusivas e regulamentação do teletrabalho. O Comando Nacional dos Bancários negocia a manutenção de todas as cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários, que tem validade até 31 de agosto de 2022. Após essa data, sem o direito à ultratividade, todas as conquistas dos últimos 30 anos estarão ameaçadas.