No dia 29 de junho de 2022, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entregou seu pedido de demissão ao presidente da república, Jair Bolsonaro. O ato foi realizado após várias empregadas do banco acusarem o então presidente da Caixa de cometer assédio sexual. Após afastamento, novos casos de assédio moral surgiram, como abuso de poder, com atitudes de intimidação, inclusive contra altos funcionários, integrantes da direção do banco. Depois de três meses, as investigações ainda não foram concluídas.
Para secretária geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e representante do Nordeste na CEE/Caixa, Cândida Fernandes, é necessário mais celeridade no processo de investigação. “Denúncias de assédio precisam ser investigadas e os culpados precisam ser punidos no rigor da lei. É inadmissível que, nos dias de hoje, o assédio sexual e moral ainda estejam presentes na vida de milhares de trabalhadores. Aguardamos resultado conclusivo deste caso, já que foram anos de gestão de pressão e medo dentro das agências da Caixa”, comenta Cândida.
Aliado próximo de Jair Bolsonaro no governo durante seu período na Caixa Econômica, Pedro Guimarães estava no cargo desde o início do mandato do presidente, em 2019. Segundo dados da própria Caixa, com informações obtidas via Lei de Acesso à Informação (LAI), houve 69 acusações de assédio moral em 2015 e nenhum de conotação sexual. Em 2022, os números foram 177 e 77, respectivamente.
Através deste levantamento, foram abertos 115 procedimentos disciplinares para apurar relatos de assédio moral e 35 sobre assédio sexual. Todas as investigações são de 2019 a 2022. A Caixa não informou quantos são relacionados a Pedro Guimarães. Disse que há sigilo nesses processos.