Foto: Cláudio Kbene
A equipe de transição do governo, indicada pelo presidente legitimamente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem trabalhado intensamente na análise do Orçamento 2023 e no planejamento das ações a serem tomadas logo após a posse. Como parte deste processo, no dia 1º de dezembro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), realizou-se uma reunião de Lula e Gleisi Hoffmann, coordenadora de articulação política do grupo de transição, com os presidentes da CUT e demais centrais sindicais (Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Intersindical Instrumento de Luta), além de presidentes de sindicatos e federações de trabalhadores, no total de 22 entidades sindicais de diversos ramos.
Na ocasião, Lula reafirmou o seu compromisso com as prioridades da pauta da classe trabalhadora construída de forma unitária pelas centrais sindicais. “Eu quero dedicar o meu tempo em como é que nós vamos fazer para recuperar esse país, para gerar empregos, para atrair investimento estrangeiro para cá, sobretudo investimento direto para que a gente possa fazer uma nova regulação no mundo do trabalho, sem querer voltar ao passado”, ressaltou Lula.
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, destacou que os sindicalistas reafirmaram a Lula as prioridades da classe trabalhadora para o próximo período. “Lula está muito feliz por, mais uma vez, poder governar o Brasil e, com seu governo, gerar empregos de qualidade e tornar mais digna a vida da classe trabalhadora”, diz Sérgio Nobre. “O presidente deixa claro que vai governar com e para todos os trabalhadores e trabalhadoras, para tirar o país da pobreza, do mapa da fome, do atraso, do obscurantismo em que a nação foi mergulhada pelo governo criminoso de Bolsonaro”, afirmou.
A categoria bancária, que é de suma importância para o movimento sindical brasileiro, também esteve representada no encontro pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, que acompanha atentamente o processo de transição, a classe trabalhadora enfrentará desafios, apesar da grande conquista de um governo democrático e popular. “Teremos uma árdua luta para recuperar os direitos que foram arrancados da classe trabalhadora desde o golpe de 2016. Nossas prioridades são a revogação da reforma Trabalhista e da Previdência, o fim do teto dos gastos públicos, a valorização do salário mínimo e o fortalecimento das empresas públicas. Essa disputa com o setor patronal, que está representado no Congresso Nacional, vai exigir ainda mais unidade dos trabalhadores e trabalhadoras”, aponta Fabiano Moura.
No encontro, Lula agradeceu o apoio e a contribuição para a vitória nas eleições e afirmou que conta com a participação de todos na tarefa de reconstrução do Brasil. “Do ponto de vista da organização social, esse é definitivamente um país em reconstrução. E vocês sabem que fazer reforma naquilo que foi destruído é mais difícil do que começar a fazer uma coisa nova. Então, nós temos muitas coisas para serem reconstruídas”, afirmou.
A pauta elaborada a partir dos documentos dos congressos das nove centrais, que Lula tomou como compromisso do seu governo, tem 63 reivindicações e propostas e defende a instituição de uma política de valorização do salário mínimo, um programa de renda básica, políticas de geração de trabalho e renda, proteção dos desempregados, revisão da política de preços para produtos essenciais.
TRANSPARÊNCIA
De acordo com a lei nº 10.609 e o Decreto 7.221/2010, que regulamentam a transição, a equipe do presidente em exercício é obrigada a passar todas as informações sobre o orçamento, programas e projetos do governo federal, além do funcionamento dos órgãos públicos para o presidente eleito.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), é o responsável por coordenar a transição. Já o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) foi indicado por Lula como coordenador da equipe de transição, que conta com o ex-ministro Aloizio Mercadante e Gleisi na equipe, entre outros.