
A Comissão de Organização do Empregados (COE) do Itaú cobrou do banco, na última quinta-feira (16), em São Paulo, explicações sobre as recentes demissões e fechamento de agências em todo o país. Apesar do Itaú ter informado que 75% dos funcionários que estavam lotados em agências encerradas foram realocados, a COE questionou os critérios utilizados e exigiu mais contratações.
De acordo com os dados apresentados, em 2022, foram fechadas 239 agências e abertas 133 agências digitais. Para 2023, a previsão é de encerramento de mais 105 agências.
“O banco também foi cobrado a corrigir os equívocos nas transferências ou realocação dos funcionários de agências fechadas ou reintegrados, por serem vítimas de doenças ocupacionais desenvolvidas no banco e gozarem de estabilidade. O fato é que o procedimento do banco, amparado e incentivado por gestores locais, denuncia uma prática de retaliação e/ou perseguição a tais trabalhadores/as, ao serem realocados em agências distantes dos seus locais de trabalho originais. Isso gera um grande transtorno, agravamento das lesões e necessidade de novos afastamentos, sobrecarregando aos demais que ficam em agências com efetivo reduzido devido a onda de demissões. Estamos empenhados para cobrar do banco o fim das demissões, mais contratações e que cada realocação seja analisada com a devida particularidade “, afirma o dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e representante do Nordeste da COE Itaú, João Rufino.
Outro ponto tratado na reunião foi a questão do assédio e da chamada “demissão humanizada” implementada pelo Itaú, que é um aviso ao trabalhador de que ele será demitido num futuro próximo. O banco defende que esta é uma forma do bancário não ser surpreendido e ter tempo para buscar a realocação, porém, para o movimento sindical o aviso gera pressão psicológica para trabalhadores já submetidos às metas e sobrecarga de trabalho.
“Não há razão para preparar um trabalhador para uma demissão futura. Consideramos que isso é uma forma velada de assédio moral contra a categoria bancária. Neste sentido, isto só prejudica a relação do banco com seus trabalhadores. Isso tem adoecido a categoria”, conclui a secretária de Bancos Privados do Sindicato, Dileã Raposo.