Após cobrança realizada pelo movimento de representação dos
empregados, a Caixa Econômica Federal garantiu que irá valorizar a mesa de
negociação com os representantes dos empregados. O compromisso foi assumido na
reunião para tratar sobre as mudanças anunciadas para o Programa de Qualidade
de Vendas (PQV) foi realizada na última sexta-feira (19), em Brasília, e contou
com a participação do novo Vice Presidente de Pessoas, Sérgio Mendonça.
Na ocasião, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) cobrou
a imediata exclusão do caráter punitivo do PQV, cuja nova versão divulgada
recentemente pelo banco pune empregados por cancelamentos de vendas de
produtos.
“Avaliamos positivamente a reunião, pois conseguimos
traduzir com precisão o sentimento dos colegas em relação ao PQV. Não tem
condições de uma gestão que se pretende ser humanizada e combater o assédio
fazer um programa pra verificação de vendas com um sistema punitivo para quem
está dentro da agência. Isso ficou bem registrado. Mas, avaliamos que o mais importante
foi a presença do vice-presidente de pessoa, Sérgio Mendonça, que assumiu há
três semanas. Ele firmou o compromisso de valorização da mesa de negociação, de
valorização da comissão de empresa, de não tomar decisões que afetem a vida dos
empregados sem antes fazer o debate com essa comissão”, afirma a
representante do Nordeste no CEE/Caixa, Cândida Fernandes.
Os representantes destacaram como foram surpreendidos com o
lançamento do novo PQV sem debate e ressaltaram que a decisão do Banco Central
não estipula punições aos empregados. “A Caixa está indo além do que foi
pedido pelo BC e transferindo para o empregado a culpa pelo ‘fracasso’ da
negociação”, avalia Cândida.
Os representantes defenderam que os empregados não podem ser
punidos pelo fato de clientes cancelarem produtos seguindo orientação enviada
pelo próprio banco. Foi dito, inclusive, não haver motivo para proibir os
trabalhadores de participarem de Processos de Seleção Interna (PSI) e muito
menos usar de ameaças para intimidar os bancários da rede, como sugere a
proposta do PQV apresentada pelo banco.
Na ocasião, a CEE também pontuou que a gestão por medo
continua instalada na Caixa, com exigências de metas abusivas e cobranças que
levam ao adoecimento e vendas problemáticas, fadadas a serem revistas, gerando
penalização ao bancário.
“A Caixa tem uma importância política social muito
grande para os brasileiros. Precisamos garantir que o papel social do banco não
seja desvirtuado pela valorização da venda de produtos. Exigimos a valorização
dos empregados que desenvolvem as políticas sociais, pois o foco deste banco
não deve ser comercial “, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários
de Pernambuco, Fabiano Moura.
os seguintes itens: fim do teto de gasto do Saúde Caixa, valorização da
Universidade Caixa com volta dos cursos presenciais na jornada de trabalho,
processos seletivos internos transparentes, democráticos e abertos a todos,
home office com cumprimento efetivo da legislação de priorizar PCD, além de
pais e mães de PCDs, jornada reduzida para os pais de filhos PCDs, rediscussão
do PCS, volta das Gipes com descentralização – uma por estado e fim das funções
por minuto, com efetivação dos empregados que executam hoje essas atividades.
Duas outras questões foram igualmente reivindicadas: necessidade de reparações
aos empregados perseguidos na gestão anterior e fim do banco de horas negativo,
com dotação orçamentária para as horas extras.