Fundaj recebe debate sobre assédio e adoecimento dos bancários em Pernambuco

“Qual é o grande homicida dessa situação? são as metas. É o método estabelecido para ‘incentivo’ da produtividade”, destacou Kaliane Rocha (Dep. Psicologia/UFPE), ao comentar os resultados da pesquisa: Assédio e Adoecimento dos/as trabalhadores/as do setor bancário em Pernambuco. O Dossiê que traz o alerta sobre a saúde dos bancários, construído numa parceria entre o Sindicato dos Bancários de Pernambuco e a Universidade Federal Rural de Pernambuco, foi apresentado nesta terça-feira, em debate na Fundaj Apipucos – Sala Gilberto Osório de Andrade.
Na ocasião, as pesquisadoras Ingrid Barbosa (LABOR/ UFPE) e Mylena Galdino (LABOR/ UFRPE) apresentam os resultados da pesquisa, que foram comentados por Darcilene Gomes (LABOR/FUNDAJ), Kaliane Rocha (Dep. Psicologia UFPE) e Fabiano Moura (Presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
“Recebemos contribuições valorosas, a partir de um trabalho realizado com rigor acadêmico, que irá se desdobrar em uma série de ações do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Queremos provocar o debate na sociedade e transformar essa relação de trabalho que afetam a saúde mental, gerando doenças como ansiedade generalizada, depressão, síndrome do pânico, burnout e tira a vida das pessoas, muitas vezes em vida”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
A psicóloga Kaliane Rocha destacou também que o Dossiê comprova que o sofrimento é resultado de uma materialidade das relações num modelo abusivo. “Estresse é um processo fisiológico que chega em todos esses adoecimentos (apontados pela pesquisa). Porque os hormônios jogam adrenalina e cortisona, fazendo você suportar a dor. Mas, isso está sendo acionado todos os dias no banco. Então, não tem como as pessoas estarem saudáveis”, explicou.
A pesquisadora alertou que a  situação dos bancários tem características similares ao fenômeno social observado no Japão, a partir de 1980/90, chamado Karoshi, que é a morte súbita por excesso de trabalho, podendo ser uma próxima etapa de agravamento, caso o processo causador não seja interrompido no local de trabalho.
O dossiê é uma construção em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Políticas Públicas e Desenvolvimento (LABOR/UFRPE), com coordenação dos pesquisadores Maurício Sardá e Marco Levay. A pesquisa revela como a gestão dos bancos, por meio do assédio moral, adoece a categoria.
“Esperamos que essa pesquisa chegue às pessoas que organizam o trabalho no setor bancário e que a gente possa fazer dessa pesquisa um instrumento para a mudança da situação do trabalho no setor bancário”, concluiu a pesquisadora Darcilene Gomes (Labor/Fundaj).

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