
Contra a terceirização no banco Santander, por meio de contratações fraudulentas, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou uma série de ações nas ruas e em agências bancárias da capital e interior. As atividades fazem parte da Semana Nacional de Mobilização dos Funcionários do Santander, de 14 a 17 de abril.
O Santander Boa Viagem foi a primeira unidade a receber a paralisação relâmpago, na segunda-feira (14), seguido da agência Veneza, no bairro da Boa Vista, na terça-feira (15). A agência do município de Carpina, Zona da Mata Norte do estado, também amanheceu com atividades paralisadas nesta quarta-feira (16).

Embora o Grupo Santander aparente ter ampliado seu quadro de funcionários, pulando dos 47,8 mil empregados em 2019 para 55,6 mil em 2023, o que vem acontecendo é a substituição de bancários por trabalhadores contratados em empresas coligadas e controladas da holding Santander, com direitos inferiores aos da Convenção Coletiva de Trabalho. Neste mesmo período, a categoria bancária saiu dos 455 mil para 428 mil bancários.

A secretária de Bancos Privados do Sindicato, Dileã Raposo, destaca a luta pelos direitos dos bancários. “Estamos realizando uma semana intensa de atividades, com reuniões nos locais de trabalho, entrevista, faixas com denúncias nas pontes do Recife e atos públicos para dialogar com os clientes sobre os prejuízos desta precarização imposta pelo Santander. Estamos defendendo nossa CCT e os direitos dos trabalhadores bancários, que sofrem ataques pela ganância do Santander. Quem trabalha em banco, bancário é!”, comenta Dileã.
A estratégia do Santander enfraquece os movimentos em defesa dos direitos da categoria bancária, além de comprometer salários, PLR, benefícios, direitos e condições de trabalho.
“Não somos contra o trabalhador terceirizado, mas contra a forma que o trabalhador vem sendo contratado pelo Santander, com menos direitos e passando por cima das nossas conquistas históricas. É uma tentativa injusta de fazer com que essas pessoas não sejam protegidas pela nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Não aceitamos esta situação”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
Nos nove primeiros meses de 2024, o lucro do banco Santander ultrapassou R$ 10 bilhões, crescimento de 40,5%. Mesmo assim, diante do lucro conquistado através do trabalho bancário, a prática é desvalorizar o trabalhador, gerando medo, insegurança e adoecimento da categoria, que sofre todos os dias com a pressão dentro das agências.