
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou de uma reunião virtual, nesta terça-feira (13), com o banco Santander, para tratar sobre a remoção da porta detectora de metais da agência Boa Viagem. A medida unilateral do banco causou insegurança entre funcionários, clientes e vigilantes que circulam na unidade bancária, localizada na Zona Sul do Recife (PE).
Após as denúncias dos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco solicitou esclarecimentos à direção do banco e, diante da insuficiência do retorno apresentado, cobrou uma reunião com o setor de segurança em caráter de urgência.
Posteriormente, na sexta-feira, o Sindicato dos Vigilantes interditou a agência com apoio do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, cobrando o cuidado com a vida das pessoas e o retorno do item de segurança. A unidade permaneceu fechada até a terça-feira (13).
Na reunião de negociação entre o Sindicato e o Santander, o banco argumentou que segue a Lei Federal Nº 14.967/2024, que institui o Estatuto da Segurança Privada e da Segurança das Instituições Financeiras, e exclui a porta detectora como item obrigatório. Entretanto, no Recife, existe uma Lei Municipal de Segurança Bancária (Nº 18.634/2019), que define esse item como obrigatório, desde que ocorra circulação de numerário, como é o caso da referida agência bancária.
“O Santander parece se preocupar apenas com a segurança patrimonial, deixando de lado a vida de clientes e trabalhadores, que são os que trazem o lucro para a empresa. Esperamos avançar no entendimento de que o lucro não pode estar acima da vida das pessoas”, critica a dirigente da Fetrafi-NE, Tereza Souza.
Conforme apurado pelo Sindicato, na agência Boa Viagem existe trânsito de valores, inclusive no autoatendimento, além de guichês de caixa. O banco informou que está implementando uma nova tecnologia na tesouraria, para controle eletrônico.
“O Santander tem alterado o modelo das agências e fragilizado a segurança bancária. Essa transformação tem impactos para a categoria bancária, que fica mais vulnerável e trabalhando com medo, além da preocupação cotidiana das metas, o que leva ao adoecimento. Mas, também para vigilantes e clientes, que sabem os riscos de ações criminosas neste contexto”, afirma o suplente da secretaria de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fábio Sales.
Uma nova reunião foi agendada para dar continuidade às tratativas na próxima semana. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco está à disposição dos bancários para receber denúncias e defender um ambiente de trabalho seguro e salubre.