Mulheres Negras marcham em defesa da vida, da reparação e do bem-viver

No próximo dia 25 de julho, mulheres negras tomarão as ruas do Recife em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. O ato, que terá concentração no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, às 15h, integra a mobilização nacional rumo à 2ª Marcha Nacional de Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, marcada para o dia 25 de novembro de 2025, em Brasília, dez anos após a histórica primeira marcha realizada em 2015.
Convocado pelo Comitê da Marcha das Mulheres Negras de Pernambuco, formado por mais de 20 organizações locais, o protesto é um chamado para celebrar a vida, a potência e a luta das mulheres negras, mas também para denunciar as desigualdades que persistem.
“A nossa luta é coletiva e urgente. Não estamos falando apenas de celebrar uma data, mas de afirmar que mulheres negras estão na linha de frente pela transformação social. Somos nós que, mesmo submetidas às piores condições no mercado de trabalho, seguimos construindo saídas e alternativas para toda a sociedade”, destaca Chay Cândida, secretária-Geral do Sindicato e membro do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
A data, criada no 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas, Afro-Caribenhas e da Diáspora, na República Dominicana, é um marco na organização das mulheres negras contra as desigualdades de classe, gênero, raça e etnia impostas pelo sistema capitalista e aprofundadas pelo modelo neoliberal. No Brasil, desde 2014, o dia também marca o reconhecimento de Tereza de Benguela, símbolo de resistência quilombola, no calendário oficial por meio de decreto da então presidenta Dilma Rousseff.
Eleonora Costa, coordenadora do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato e da CUT-PE, reforça que a data é um marco de luta. “Queremos mostrar que o racismo, o sexismo e a herança colonial continuam vivos e estruturando a sociedade brasileira. Basta olhar para os dados: somos as mais desempregadas, quando empregadas estamos nas funções mais precarizadas e recebendo os menores salários. Essa é a face do racismo estrutural e institucional que queremos romper”, afirma.

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