XIV Conferência Regional aprova delegação e propostas dos bancários do Nordeste

A XIV Conferência Regional da Fetrafi-NE, realizada entre os dias 1 a 3 de agosto, em Teresina, no Piauí, elegeu a delegação que representará os bancários e bancárias do Nordeste na Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo, e as propostas construídas a partir da escuta dos trabalhadores.
Ao longo de três dias,  os debates tiveram como foco os impactos da Inteligência Artificial, empregos, organização da classe trabalhadora, saúde dos bancários, entre outros.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, participou da mesa sobre Saúde Mental e Condições de Trabalho no Sistema Financeiro. Na ocasião, apresentou os resultados do Dossiê sobre Assédio Moral e Adoecimento dos Bancários de Pernambuco, realizado em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco.
“A categoria bancária não está adoecendo, está adoecida. Por isso, precisamos visibilizar como a cobrança de metas abusivas e o assédio moral estão resultando no sofrimento emocional dos trabalhadores, está nos matando em vida”, afirmou.
O debate foi marcada por fortes relatos compartilhados pelos bancários, que desenvolveram depressão, síndrome de pânico, ansiedade generalizada, entre outros transtornos mentais em decorrência do trabalho.
No debate sobre IA,  transformações no trabalho e o futuro da Categoria Bancária, José Vital, da Frente IA com Direitos Sociais, destacou que 40% dos empregos no mundo serão afetados ou extintos com as novas tecnologias de IA. Entre esses, o emprego bancário, que já está sendo transformado de forma acelerada. Na avaliação do palestrante, a velocidade das mudanças é muito superior à revolução industrial.
“Enquanto o capital investe bilhões em inteligência artificial, os sindicatos são os únicos capazes de organizar a resistência e defender um projeto de transformação social. O enfrentamento das bigtechs é também uma disputa por soberania”, afirmou o presidente da Fetrafi-NE, Carlos Eduardo.
O evento também trouxe o debate sobre a luta de classes e os  desafios da conjuntura política nacional e internacional, além de tratar sobre as perspectivas para as negociações da Campanha Nacional 2026.
“Embora a categoria não esteja em ano de campanha nacional, em 2025, seguimos com negociações em mesas permanentes e específicas. A Conferência é a culminância de um processo de escuta das demandas da categoria e construção de propostas que serão levadas à Conferência Nacional da Contraf-CUT”, explica a secretária-Geral do Sindicato, Cândida Fernandes.
A mesa de encerramento sobre democracia e estratégia política  reafirmou a unidade e o compromisso dos Sindicatos e da Federação na organização da categoria bancária e do conjunto da classe trabalhadora.
Confira as moções políticas aprovadas na conferência:
* Moção de apoio às decisões do STF relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro – aprovada com duas abstenções;
* Moção de repúdio ao genocídio em Gaza – aprovada por unanimidade;
* Moção de repúdio ao teto imposto ao Saúde Caixa – aprovada por unanimidade;
* Moção de encaminhamento da sistematização de todos os debates realizados na conferência para a etapa nacional – aprovada por unanimidade.

Expediente:
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