Audiência Pública denuncia epidemia de adoecimento na categoria bancária

A Câmara dos Vereadores do Recife abriu espaço para realização de mais uma Audiência Pública “Assédio Moral e o Adoecimento da Categoria Bancária em Pernambuco”. Convocada pela vereadora Liana Cirne (PT), a Audiência aconteceu no dia 11 de agosto, no Plenarinho da Câmara.
A agenda faz parte das ações de articulação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que vem dando visibilidade ao adoecimento da categoria e denunciando o modelo de práticas abusivas de gestão nos bancos.
“Fiquei impressionada com a situação dos bancários. A sobrecarga de metas no banco leva a um dado alarmante, que a categoria representa 1% do emprego formal no Brasil e 25% dos casos de adoecimento mental registrados no INSS”, ressaltou Liana Cirne. A vereadora encaminhou a participação do seu mandato num estudo com o Grupo  de Trabalho de Combate ao Assédio Moral nos Bancos para construção de legislação municipal sobre o tema.
O Dossiê desenvolvido pelo Sindicato em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Políticas Públicas e Desenvolvimento (LABOR) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) foi apresentado por um dos coordenadores da pesquisa, o cientista político Marco Levay, que apontou o fenômeno como problema internacional, com registros na China, Portugal e Argentina, por exemplo. “Não se observa muitas diferenças entre o Assédio sofrido por trabalhadores do setor público e privado. A diferença é que no público a ameaça e o medo é de desconmissionamento e no privado de demissão. Os bancos usam uma estratégia de gestão estressora”, ressalta Levay.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, enfatiza que “os bancos insistem em não fazer a correlação da gestão e das metas com o adoecimento. Mas, o estudo busca mostrar como o capital explora o homem”, afirma.
Também participaram da mesa Alan Patrício (Sec. Saúde do Sindicato), Bethania Montarroyos (GT Combate ao Assédio Moral) e Paulo Rocha (CUT-PE).
As metas inatingíveis, o controle da vida pessoal e os rankings, além do isolamento de reintegrados, são ferramentas de assédio identificadas. “O que os bancários passam é uma tortura psicológica. O ambiente de trabalho nunca é neutro, pode trazer dignidade ou acabar com ela”, concluiu Alan Patrício,  secretário de Saúde do Sindicato.

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