Não tem desculpa

“Desculpem pelo transtorno, mas o
lucro está em primeiro lugar”. É isso que o Itaú deveria escrever nas
agências do Unibanco que passaram por reformas de adaptação ao novo
padrão do banco.

Na prática, o presidente da instituição, Roberto
Setúbal, submeteu todos os clientes e funcionários a muitos riscos.
Alguns clientes chegaram a ser vítimas de acidentes devido as
vergonhosas condições dessas agências, obrigadas a funcionarem em plena
reforma. O banco até facilitou a vida dos assaltantes, que encontraram
nessas agências um convite ao assalto.

É lamentável constatar que os prepostos do banco em
Pernambuco, Agnaldo e Marcos Reus, não disponham de alçada alguma para
intervir em favor da razão e do bom senso. Por lei, eles não podem
permitir que os funcionários e clientes estejam num ambiente tão
insalubre.

Agora, o Itaú divulga uma peça publicitária para
informar que estão conclusas as “reformas” nas agência e lamenta o
transtorno. Para o Sindicato, o banco foi e continua sendo irresponsável
ao não adotar o padrão de reforma que propusemos: migrar o
funcionamento da agência para pontos de atendimento mais próximos e
fazer a intervenção sem nenhum funcionário dentro. Isso garantiria
conforto e segurança aos clientes e nenhum risco para os bancários.
Porém, o Itaú optou pela via da ganância e a da irresponsabilidade.

Nas últimas semanas, o Sindicato tem redobrado
esforços para solucionar os problemas nas agências em pior estado: Dom
Vital, Encruzilhada, Ceasa, Afogados, Olinda e Carrefour, entre outras. O
Sindicato teve de dar plantão na porta dessas unidades para que elas
não funcionassem. O banco chegou a dizer que não fecharia as agências e
que o Sindicato procurasse o Ministério Público do Trabalho. Foi o que
fizemos. Duas agências acabaram sendo autuadas, pois sequer tinham
banheiro. Na Encruzilhada, a desorganização da obra facilitou até a vida
dos bandidos que assaltaram a unidade por duas vezes, sem nenhuma
dificuldade: no dia 15 e 26 de outubro.

Perguntamos: Será que o senhor Roberto Setúbal ou
seus executivos aceitariam “trabalhar” em meio à poeira e ao barulho?
Sentindo cheiro de tinta e de cola? Com fios energizados pendentes sobre
sua cabeça ou sob seus pés? Faltando piso e sobrando buracos, sem água
mineral pra beber?

Para um banco que está se expandindo e crescendo ainda mais na
América do Sul e Latina, isso é só detalhe. Afinal, como diz Gilberto
Gil na música “Nos barracos da cidade”, “a usura dessa gente já virou um
aleijão”.

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