
Esta quarta, 22 de
março, é Dia Mundial da Água. As estatísticas mundiais revelam
que um bilhão de seres humanos não têm acesso à água potável.
Cerca de 2.500 pessoas morrem por dia por conta disso. E os
especialistas calculam que, até 2025, ocorrerá uma diminuição de
71% nas reservas mundiais de água por habitante. A distribuição
também é desigual: 100% da população de Nova York recebe água
potável em suas casas. A porcentagem cai para 44% nos países em via
de desenvolvimento e despenca para 16% na África Subsaariana.
O
Brasil, apesar de concentrar cerca de 12% das reservas de água doce
do planeta, também convive com uma distribuição desigual. A maior
quantidade de água está na região norte do país, onde o número
de habitantes é significativamente menor. Já a Região
Metropolitana de São Paulo, onde vivem mais de 19 milhões de
pessoas, enfrenta o que vem se convencionando chamar de estresse
hídrico, obrigando a se buscar alternativas de abastecimento cada
vez mais distantes, a custos elevados, para atender a demanda em
médio prazo.
Em uma área de déficit hídrico como o
semiárido nordestino, onde chove menos do que a quantidade de água
que evapora, a situação é ainda mais complexa. Nesta região, 67%
das famílias não tem acesso à rede de abastecimento de água, um
problema que sensibilizou alguns bancários que, há sete anos atrás,
decidiram criar o Comitê de Cidadania dos Funcionários do Banco do
Brasil.
Comitê de Cidadania – Criado em 2005, no Recife, por
um grupo de voluntários do BB, a entidade já construiu cerca de mil
cisternas de placas, ajudando a levar água para cerca de 5 mil
pessoas de mais de trinta municípios do semiárido pernambucano. O
Comitê também realiza oficinas sobre temas relacionados à saúde,
higiene, cidadania e manejo das águas – em uma ação complementar
ao Projeto Um Milhão de Cisternas, realizado pela Articulação no
Semiárido (ASA) em parceria com o governo federal.
Em 2011,
o Comitê finalizou a construção de 250 cisternas, nas cidades de
Serra Talhada, Manari, Itaíba, Caetés e Pesqueira. Nesta última,
também foi realizada uma ação paralela, com entrega de 15 unidades
habitacionais na comunidade quilombola “Negros do Osso”. Para o
biênio 2012/2013, a intenção é construir mais 160 cisternas e 10
unidades habitacionais, beneficiando cerca de 830 pessoas das cidades
de Arcoverde, Buíque, Camocim de São Félix, Santa Cruz do
Capibaribe e Taquaritinga do Norte.
O bancário Romero Melo,
que integra o Comitê, lembra que trata-se de uma entidade de
voluntários, sem fins lucrativos. Mas que carece de recursos para
realizar os projetos. “Ao longo destes anos, temos firmado
parcerias com empresas como a Cia de Seguros Aliança do Brasil,
Brasilveículos, Brasilcap, Brasilprev e Instituto Coopeforte. E todo
cliente do Banco do Brasil pode colaborar, autorizando um débito
eletrônico mensal com valor mínimo de R$ 15”, diz Romero.