Caixa é acusada de venda casada em Pernambuco

A Caixa Econômica Federal (CEF) está sendo acusada por alguns clientes do Minha Casa Minha Vida (MCMV) de estar engordando seus cofres através do programa. As pessoas que procuram o benefício alegam serem obrigadas a abrir uma conta corrente no banco para poder receber o financiamento e, assim, tarifas bancárias são cobradas. De acordo com o Banco Central, a prática configura venda casada e fere as regras do Código de Defe­sa do Consumidor. Após aber­tas, essas contas abrem caminho para o banco vender outros serviços não contratados pelos clientes, como cartão de crédito, que também têm custo.

O Policial Militar Deivson de Barros, que fez o programa MCMV em 2010, alegou que desde que realizou o contrato só depositava o valor combinado e hoje está devendo uma quantia ao banco que não sabia nem que existia. “Todo mês, deposito nessa conta o valor da casa. No mês passado, me chamaram ao banco falando que eu estava devendo e, quando vi, eram as taxas de manutenção. Eu não sabia que tinha que pagar mais do que o combinado”, revelou Barros.

Já a relações públicas Margarete Sena falou que recebeu uma ajuda do Governo em 2007, quando o programa ain­da não era o MCMV, e teve que abrir a conta corrente na Caixa. “Aconselharam-me a colocar débito em conta. Quando eu vi, já tinha direito a cartão de crédito e a um cheque especial de R$ 1 mil, porque, caso eu não pagasse, eles iriam tirando do meu cheque especial”, contou Margarete.

De acordo com a assessoria de Imprensa da CEF, não existe qualquer orientação da empresa no sentido de condicionar um empréstimo ou financiamento imobiliário a outros negócios oferecidos pela instituição e que não usa o Programa Minha Casa Minha Vida para expandir a sua base de correntistas. Ainda de acordo com a assessoria, foram feitos mais de 1,9 milhões de financiamentos desde o lançamento do MCMV. A Caixa declarou que vai apurar os casos indicados para tomar as providências para que os clientes tenham o tipo de relacionamento que lhes forem mais convenientes.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Diana Ribeiro  Jornalista Responsável: Beatriz Albuquerque  • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer: Bruno Lombardi