Setor financeiro na crista da onda de reclamações

Praticamente uma em cada quatro queixas registradas no Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) em 2012 envolveu segmentos do setor financeiro. O levantamento aponta que a soma de reclamações contra bancos comerciais, financeiras e operadoras de cartões de crédito e de loja representa 23,85% do total registrado, índice que garantiu o primeiro lugar entre todos os setores.

No total, foram 446.486 reclamações contra o setor, sendo 169.427 referindo-se só a bancos comerciais, garantindo o segundo lugar entre segmentos, atrás de Telefonia Celular (172.119). Cartões de crédito ficaram em terceiro com 154.501; Financeiras, em quinto, com 97.032; e cartões de loja com 25.526 na 15ª colocação.

Na comparação com 2011, os bancos comerciais ganharam terreno ao aumentar sua participação de 21,9% para 23,8%. No ano passado, os cartões de crédito, com 9,21% do total, ficaram em primeiro lugar, seguidos pela Telefonia Celular (7,99%) e pelos bancos comerciais (7,26%). As financeiras foram responsáveis por 3,8% das reclamações e os cartões de loja, por 1,6%.

Em números absolutos a comparação entre 2011 e 2012 não se justifica, já que houve aumento de 162 para 236 no número de Procons ligados ao Sindec.

Tá dominado – Entre as 15 primeiras empresas colocadas, sete estão no setor financeiro, sendo os quatro maiores bancos do país nos “top 11”. O Itaú está em terceiro, com 97 mil reclamações, seguido pelo Bradesco, com 61.257. O Santander figura na oitava posição, com 31.936, e o Banco do Brasil é o 11º, com 23.692.

BV Financeira (22.019), Banco BMG (20.488) e Caixa (19.343) aparecem em seguida. O HSBC está em 17º, com 14.167, e Credicard e Citibank ocupam a 19ª posição, com 12.253.

A empresa mais reclamada foi a Oi, com mais de 120 mil queixas, e em segundo ficaram Claro e Embratel com 102.682 cada.

Cobrança – Os problemas mais destacados considerando-se todos os setores foram relacionados a cobranças (37,4%), contratos (13,2%) e qualidade dos produtos ou serviços (9,7%).

As mulheres são a maioria dos autores das demandas, com 52% das queixas. No que diz respeito à faixa etária, a população entre 31 e 40 anos foi a mais ativa em 2012 – responsável por 24,1% dos casos.

A titular da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira, destacou a importância da criação de mecanismos mais eficientes para atender às demandas de idosos, que são 10,8% das pessoas atendidas pelos Procons (entre 61 e 70 anos). “Percebemos que a presença do idoso é recorrente nas agências, o que abre possibilidades para que trabalhemos em medidas educativas e de informação para essa faixa etária, que é vulnerável, pois eles têm dificuldades com reclamações por telefone, muitos não têm acesso à internet e precisam de atenção especial”, disse a secretária.

Segundo ela, o resultado do levantamento deve servir como forma de os clientes fiscalizarem as empresas das quais consomem e fazer que haja melhoria da relações com o consumidor. “Nesse sentido, a secretaria vai intensificar a interlocução com os órgãos reguladores e fortalecer a agenda conjunta com o Ministério Público”, explicou.

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