BB só mostra esboço de plano de funções comissionadas e irrita bancários

Na reunião realizada
nesta terça-feira, dia 22, em Brasília com o Sindicato e a
Contraf-CUT, para discutir o novo plano de funções comissionadas de
6 horas, o Banco do Brasil apresentou apenas as premissas do projeto
que vai implantar a partir da próxima semana. Alegando que de última
hora precisou prestar novos esclarecimentos aos órgãos
governamentais, o BB negou-se a mostrar o projeto completo,
demonstrando mais uma vez desrespeito para com os bancários.

“O
banco reforçou novamente sua estratégia de não negociar com as
entidades sindicais questões fundamentais da vida de seus
trabalhadores sob o falso argumento que não discute gestão”,
critica William Mendes, diretor da Contraf-CUT e coordenador da
Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“Aliás,
desde o início do processo de luta pela jornada correta de bancários
para todos os comissionados, foi somente a luta e a mobilização dos
trabalhadores e suas entidades sindicais, através de priorização
do tema nas últimas campanhas nacionais e com ações na justiça,
que levou o banco a mudar de estratégia de ‘gestão’ e implantar
algumas funções comissionadas de 6 horas”, acrescenta
William.

As premissas do plano – O banco informou que
as premissas do plano de funções comissionadas de 6 horas serão as
seguintes:

> Assegura que os bancários não terão
prejuízo.

> Haverá regras sobre o que é o trabalho do
comissionado de 6 e 8 horas.

> Manterá funções com a
jornada de 8 horas.

> A adesão será voluntária para o
público-alvo das funções de 6 horas.

> A adesão não
será voluntária onde o BB entende ter fidúcia (ou seja, todas as
demais funções que ele deixar fora da jornada de 6 horas).

>
As funções do plano antigo que viraram funções de 6 horas serão
extintas.

> Em relação ao passado, passivo trabalhista, a
questão poderá será tratada de forma extrajudicial nas bases onde
houver Comissão de Conciliação Voluntária (CCV).

> O BB
afirma que não irá alterar as dotações porque haverá mais
“eficiência operacional”.

> O plano terá um
período de acompanhamento para ver a necessidade de ajustes.

>
Haverá uma central de atendimento interna para esclarecer dúvidas
nos casos particulares dos funcionários.

> O BB está
mudando todo o quadro de funções, inclusive naquelas que entende
ser de 8 horas. Todas as funções terão descrição específica
sobre elas. O banco migrará automaticamente os comissionados de 8
horas para as novas nomenclaturas, que terão seis dias para dar o
‘de acordo’. Aqueles que não quiserem migrar, serão
descomissionados.

> Sobre a Ditec, o banco informou que
também haverá reestruturação. A Ditec terá um incremento de 230
cargos, sendo 150 de níveis gerenciais, trazendo oportunidades de
encarreiramento.

> O banco reafirmou que não vai negociar
a jornada de trabalho do plano e as funções.

‘Postura do
banco causará grande tumulto’

A Contraf-CUT e as entidades
sindicais fizeram fortes críticas aos métodos e à postura do banco
durante todo o processo de negociação.

“O que o banco
fez hoje foi usar a estratégia de não informar as entidades e os
funcionários com o tempo mínimo necessário para a tomada de
decisão. Simplesmente decidiu migrar todos os funcionários que não
estiverem no público alvo das funções de 6 horas automaticamente
na manhã de segunda, dia 28, e pressioná-los para assinar um termo
de concordância em seis dias, sob ameaça de descomissionamento”,
condena William Mendes. “A postura é absurda e causará um
grande tumulto a milhares de trabalhadores em funções
comissionadas.”

Defesa dos bancários – A Contraf-CUT e
as entidades sindicais orientam que os bancários tenham calma na
segunda-feira e não tenham pressa em assinar nada. Haverá reunião
entre o banco e Comissão de Empresa no mesmo dia.

“Em
relação às funções de 6 horas e o público-alvo, os
trabalhadores terão o tempo que acharem necessário para migrar ou
não, de acordo com a avaliação de cada um. A migração para novas
funções ficará em aberto”, esclarece o coordenador da
Comissão de Empresa.

Apesar da postura intransigente do
banco, as entidades sindicais continuarão organizando os bancários
para defender a jornada de 6 horas de todas as funções
comissionadas. A Contraf-CUT e os sindicatos seguirão à disposição
dos bancários durante todo o período de implantação do novo plano
de funções do banco tanto para defendê-los com ações judiciais
como também para buscar acordos individuais e extrajudiciais nas
CCV.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Diana Ribeiro  Jornalista Responsável: Beatriz Albuquerque  • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer: Bruno Lombardi