CEE/Caixa cobra melhores condições de trabalho para a saúde dos empregados

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) se reuniu
nesta quarta-feira (12) para a segunda reunião da Campanha Nacional dos
Bancários 2020 com a temática Saúde e Segurança. Por meio de
videoconferência, os representantes dos empregados reivindicaram
melhores condições de trabalho para os empregados durante a pandemia e
para o futuro. Questões como o aperfeiçoamento dos protocolos e de
higienização das unidades, o fortalecimento dos fóruns de condições de
trabalho, o home office para os casos de pais com filhos menores de
idade, descomissionamentos arbitrários, a demanda dos PCD’s e mais
contratações foram algumas das pautas da negociação.

A reunião
iniciou-se com a CEE/CAIXA realizando um manifesto contra a MP 995, que
autoriza a privatização de partes da Caixa. Foi ressaltado que o ACT
tem conquistas históricas e não tem que ser balizado pela CLT. A mesa
permanente busca e sempre buscou avançar para além do que está previsto
na CLT e considerando todos os avanços.

Os representantes
pediram ações efetivas da Caixa para esse período de pandemia. Os
trabalhadores estão sofrendo com as jornadas extenuantes, a ansiedade da
volta ao trabalho presencial e as cobranças abusivas de metas.
“Reforçamos que o tema da mesa, saúde e segurança, é especialmente
sensível neste momento de pandemia e que os protocolos discutidos em
conjunto no início da pandemia se tornaram referência para os bancários.
Porém, sofreram um abrandamento com o passar do tempo sem que houvesse
qualquer discussão a respeito com a representação dos empregados.
Precisamos evoluir nesta situação para adequar os protocolos ao momento
da pandemia, garantindo a proteção dos empregados. Além disso, com a
quantidade de atendimentos sendo realizados nas agências, não tem lógica
a cobrança de metas. Isso também tem adoecido os colegas. Fora a
questão dos descomissionamentos realizados pela gestão pelo medo,
característica da atual direção da Caixa”, afirmou a coordenadora da
CEE/ Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara
Proscholdt.

Outra cobrança da CEE/Caixa foi o cumprimento do
rodízio das agências, essencial para diminuir a sobrecarga contínua
devido aos excessos de atendimentos bem como minorar possível
contaminação e dessa forma garantir o atendimento à população. A
pandemia já atingiu mais de 3 milhões de contaminados e fazer a
superlotação dentro das agências aumenta o risco de contágios, não só
dos empregados, mas da população no geral. Também foi solicitado o
retorno das agências ao horário de atendimento normal. Da forma que
está, os empregados têm extrapolado e muito a jornada. Além disso foi
cobrado a aplicação do ACT vigente, uma vez que nas agências até 20
empregados não tem compensação de horas devendo ser pago todas as horas
extras realizadas.

“Pedimos também a contratação de mais
empregados. Esse é um ponto importante e ter novos trabalhadores ajuda
na distribuição de tarefas e alivia a sobrecarga. Isso influencia
diretamente com a saúde dos empregados”, avaliou Fabiana.

Segundo a Caixa, mais de 35 mil empregados estão em home office. Ou
seja, menos de 50% dos trabalhadores estão em isolamento social. A
comissão dos empregados solicitou a ampliação desse quadro bem como
clareza na definição de diretrizes pelas VPs, visto que essa falta de
padronização tem gerado um enorme estresse entre os empregados e
conflitos entre eles e os gestores, que precisam comandar o retorno sem
ter a formalização e diferenças entre unidades. Também foi cobrado que o
retorno presencial seja negociado com o movimento sindical e isso se dê
de forma planejada e assegurando a devida proteção aos trabalhadores.

A Caixa definiu pouca coisa na mesa de negociação. Após as
reivindicações da Comissão dos Empregados, o banco decidiu que vai rever
a questão de agências pequenas. A direção do banco afirmou ainda que
não há limitador para o pagamento de horas extras, outra preocupação da
Comissão.

A Caixa sugeriu ainda que os Fóruns e Grupos de
Trabalho sejam revistos e alguns GTs encerrados. A Comissão reforçou que
a valorização dos espaços de debate foi um dos pontos aprovados no 36°
Conecef, entretanto ajustes podem ser avaliados. Foi solicitada a
participação do movimento sindical nos GTs de Prevenção para melhorias
nos processos.

Negociações

A ausência de negociações durante a pandemia também foi uma pauta na
reunião desta quarta. Muitas decisões foram tomadas pela Caixa sem a
discussão com os trabalhadores.  “Queremos que as construções sejam
feitas em conjunto com os empregados. Fazer de forma unilateral faz com
que os sindicatos tomem outras atitudes como a judicialização”, disse a
coordenadora da CEE/ Caixa.

Saúde Caixa

A CEE/Caixa cobrou ainda uma mesa de negociação específica sobre o
Saúde Caixa. O plano de saúde vem sendo atacado pelo governo. É
necessário a inclusão de todos os empregados bem como a manutenção do
atual custeio. A Caixa ainda não decidiu quando será esta reunião.

A próxima rodada de negociação está agendada para o dia 17 de agosto.
Na data, a Comissão espera que a Caixa traga respostas positivas para as
reivindicações.

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