Banco do Nordeste ataca direitos e não garante seguir Fenaban, nem aplicar ultratividade

Em reunião de negociações com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (CNFBNB), o banco afirmou que não tem autorização do Governo Federal para seguir a integralidade do que for acertado na mesa única de negociações entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. Além disso, não garantiu a ultratividade dos direitos.
“Das 62 cláusulas da pauta específica dos funcionários do Banco do Nordeste, a empresa trouxe posicionamento apenas sobre seis cláusulas, e para cinco delas a resposta foi negativa. Nossos direitos estão em risco. Sem a ultratividade, após 31 de agosto, a categoria bancária poderá perder todos os direitos que estão garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e nos Acordos Coletivos de Trabalho (ACTs) específicos”, ressalta o secretário Intersindical do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e funcionário do Banco do Nordeste, Fernando (Batata). 
Em relação às três cláusulas da CCT sobre as quais se posicionou na negociação, a direção do BNB disse que vai aguardar orientações do governo e as negociações com a Fenaban. São elas: 13ª cesta alimentação; reajuste e desconto negocial. 
“Na Campanha deste ano, a direção do BNB adotou uma postura intransigente e sinaliza a retirada de direitos dos trabalhadores ao não garantir o cumprimento do que for acertado na mesa única de negociação, preferindo seguir as orientações do fascista governo Bolsonaro. Por isso, não está descartada a possibilidade de greve”, afirma o dirigente do Sindicato e representante da CNFBNB, Rubens Nadiel, que acompanha as negociações.
No ano passado, os bancários de bancos públicos somente tiveram aumento acima da inflação por participarem da mesa única de negociações com os bancos privados, que tinham um acordo com vigência de dois anos. Neste ano, o indicativo é reajuste zero.
Ainda na negociação, o Banco do Nordeste justificou a suspensão do adiantamento do crédito dos vales e do cartão refeição – que durante a pandemia de Covid-19 ocorreu sempre nos dias 22 de cada mês – por estar esperando o desfecho das negociações. Sobre a cláusula 17ª – Vale Transporte durante a pandemia, o banco afirmou que está construindo uma proposta para apresentação posterior às entidades. Confira abaixo as cláusulas que tiveram as reivindicações negadas:
    • Cláusula 31ª – Abono das horas não trabalhadas durante a pandemia do Covid-19;
    • 32ª – Comitê de Crise Covid-19;
    • 33ª – Comissão paritária para debater a implantação do home office;
    • 38ª – Direitos dos delegados sindicais; 
    • 49ª – Plano de custeio da Camed.

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