Nova constituinte chilena provocará mudanças estruturais pelas mãos do povo

Luta, mobilização, força e resistência. Assim os(as) chilenos(as) foram às urnas, nos dias 15 e 16 de maio, e escolheram os(as) 155 parlamentares que ficarão responsáveis em redigir a nova constituinte do país. Com uma constituição ainda carregada de resquícios ditatoriais, deixados por Augusto Pinochet, as mudanças trazem esperança ao povo chileno, que contará com mais representatividade feminina nos momentos de decisão.
Para presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues, a mudança constitucional e a representatividade feminina vão trazer ao Chile mais independência e justiça social.
“Mais de 70 anos que o direito ao voto foi concedido às mulheres chilenas, mas até o momento pouca coisa mudou. Os protestos realizados no país vão trazer, com o resultado da eleição constituinte, uma mudança considerável na política, dando mais direito e voz aos mais vulneráveis”, destaca Suzi.
Sobre paridade de gênero, o Chile é o primeiro país a realizar uma eleição com este critério, determinando que para inscrição dos(as) candidatos(as), esta paridade teria que ser respeitada, inclusive referente à quantidade dos(as) representantes eleitos(as). Hoje, no país, dos 155 deputados(as) que compõem o Congresso, apenas 35 são mulheres e entre os(as) 43 senadores(as) há apenas dez mulheres.
As possibilidades diante mudança constitucional chilena abrirão inúmeros caminhos, quebrando barreiras históricas no país. Questões sobre aborto, divórcio, educação não sexista, violência contra mulher e abuso sexual vão poder ser discutidos de igual para igual. 
Este feito no Chile é fruto da união da população, insatisfeita com a situação no país. “A experiência que o Chile vive hoje, provam que a organização popular e a manifestação da insatisfação com o descaso dos governantes gera importantes mudanças sociais. No Brasil, devemos nos inspirar, nos unir e provocar a mudança urgente que precisamos”, conclui Suzi.

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