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O
Dia do Bancário e da Bancária, neste sábado (28), é símbolo de
luta da categoria e referência nacional para o movimento sindical
brasileiro. Uma greve vitoriosa feita há 70 anos, abriu espaço para
uma série de conquistas da categoria. Ao longo dos anos, as
conquistas foram surgindo como a Mesa Única Nacional de Negociação,
a Convenção Coletiva Nacional, a Participação nos Lucros e
Resultados (PLR), o Vale Refeição e o Vale Alimentação, entre
outras. A categoria bancária é hoje referência nacional de
negociação salarial.
“Essas
conquistas foram construídas com bancários e bancárias unidos e
organizados. Isso faz diferença na vida das pessoas, na hora de
almoçar ou de ter acesso a um plano de saúde. Temos sobre o que
comemorar, assim como temos muitas lutas pela frente”, afirmou a
presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo
Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
Em
2021, no momento em que a inflação voltou a ser um dos problemas
que afligem a população, é importante entender que a data foi
criada a partir de uma greve bancária por reajuste salarial que
corrigisse a inflação em 1951. Para Juvandia Moreira, o momento é
de defender direitos básicos.
“Temos
que ficar alertas para as ameaças que o governo Bolsonaro tenta
fazer contra a população e contra a nossa categoria. Neste 28 de
agosto de 2021 nos aproximamos de 600 mil mortes provocadas pela
Covid-19. Em nossa categoria, foram cerca de 500 óbitos. Para
defender a vida, temos que mudar a forma de administrar esse país. É
o melhor para nossa categoria e também para toda a população”,
finalizou a presidenta da Contraf-CUT.
O
presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura,
parabeniza os bancários pela luta, garra, unidade e conquistas ao
longo dos anos.
“Temos
certeza que a conjuntura que nos é imposta hoje, vai exigir de toda
categoria participação, unidade e disposição para luta. Mas temos
certeza que vamos responder de forma positiva aos desafios que estão
sendo postos para nós. Parabéns bancários e bancárias por este
dia. Estamos juntos nessa batalha cotidiana, sempre buscando
melhorias para nossa categoria”, ressalta Fabiano.
Como
foi a greve de 1951
No
dia 28 de agosto de 1951, os bancários decidiram cruzar os braços
para reivindicar um reajuste salarial de 40%. Os bancos queriam dar
apenas 20%.
Os
índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4%
no custo de vida. Os bancários refizeram os cálculos e o próprio
governo teve que rever seus índices, que saltou para impressionantes
30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram
31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria. O dia
28 de agosto passou a ser considerado como o Dia do Bancário.
Mas,
além do reajuste, a greve de 1951 também fez surgir sindicatos de
bancários em vários pontos do país. Outro mérito da greve de 1951
foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir daí,
surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese nasceu com
o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos
confiáveis.
Fundação
da CUT
O
dia 28 de agosto também deve ser comemorado como dia de luta por ser
o dia de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Nessa
data, em 1983, durante a ditadura militar, a CUT foi criada no 1º
Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).