
Os empregados da Caixa Econômica Federal se reuniram nesta quinta-feira (14), em plenária virtual realizada pela Fetrafi-NE, para debater a proposta construída com as entidades representativas para o Saúde Caixa. A minuta apresentada na ocasião, fruto de muito diálogo entre o movimento sindical e a Caixa, será votada pela base em assembleias. A orientação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco é pela aprovação da proposta.
“É importante que os empregados da Caixa tenham a compreensão que este é um debate político, pois os ataques ao Saúde Caixa e as perdas de direitos que estamos enfrentando são consequências da gestão de Pedro Guimarães, que está alinhada ao governo Bolsonaro e seus interesses”, afirma a secretária de formação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e empregada da Caixa, Georgina Ramo.
Inicialmente, a Caixa queria acabar com a proporcionalidade de 70/30 (70% do custo arcado pelo banco e 30% pelos participantes), com a solidariedade entre os participantes, com o pacto intergeracional e partir para a individualização total, implantando um sistema de mensalidades definidas a partir da idade e dos salários, encarecendo demasiadamente o plano para a grande maioria dos participantes.
Após mais de 50 reuniões sobre o assunto, chegou-se a proposta atual, apresentada na plenária pela coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara. A minuta prevê a manutenção do modelo atual, com a cobrança de uma mensalidade a mais sobre o 13º salário para suplantar a necessidade de aumento da arrecadação em virtude do aumento da tabela de custos médicos e do impacto dos PDV’s sem novas contratações.
Além disso, um outro avanço é o acesso trimestral das entidades às informações do Saúde Caixa e o retorno dos debates dos comitês de cadastramento/descadastramentos. A representação dos trabalhadores ainda tentou, mais uma vez, manter a extensão do benefício após a aposentadoria para os novos empregados, mas a Caixa alegou que a proposta travaria as negociações, pois teriam que ser feitos novos estudos e cálculos de custeio que não foram considerados nos levantamentos realizados.
“Os representantes dos empregados da Caixa conseguiram a melhor proposta possível diante da conjuntura que os trabalhadores estão enfrentando. Agora, é fundamental que esta proposta conquistada com muita negociação seja aprovada pela base, já que foram mantidas as principais premissas do Saúde Caixa”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
O Sindicato ressalta que, apesar da importante aprovação do PDC 342/2021 (PDL 342/2021 no Senado), da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que sustou os efeitos da CGPAR 23, a Caixa ainda tenta implantar as mudanças no Saúde Caixa de forma intransigente. Por isso, se a proposta construída com a participação do movimento sindical não for aprovada, a Caixa poderá fazer o regramento que quiser e aplicá-lo aos empregados.