
“O que nós queremos é um olhar igual, o mesmo tratamento, sem preconceitos”. A fala de Isabella Luna, funcionária do Banco do Brasil e dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, carrega o desejo das pessoas com deficiência, diante de uma sociedade que impõe barreiras. Neste Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 3 de dezembro, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco reafirma o seu compromisso com o combate ao capacitismo.
O termo que passou a ganhar maior notoriedade nos últimos anos, diz respeito à prática discriminatória que envolve uma preconcepção sobre as capacidades que uma pessoa tem ou não devido a uma deficiência, geralmente reduzindo uma pessoa a essa deficiência. Na avaliação de Isabella, todos somos capacitistas em algum nível. “O capacitismo ocorre nas pequenas atitudes do nosso cotidiano, quando dizemos frases como ‘ele está fingindo demência’ ou ‘você está cego?’. Também no tratamento desigual, por vezes num olhar de piedade ou até numa admiração exagerada a realização de algo por uma pessoa com deficiência”, explica.
Para a dirigente, é preciso que as pessoas sem deficiência busquem informações e aprendam a diferenciar o adoecimento e a deficiência. “A deficiência não é uma doença, é minha condição. Mas, não diz se sou mais ou menos capaz de realizar uma tarefa ou de ocupar um cargo de poder, por exemplo”, pontua.
Diante de um assunto pouco discutido, uma das formas de transformar a imposição externa de limites é através da criação de fóruns de debate, ampliação da inclusão de PCDs e adaptação dos espaços para garantir a acessibilidade. “Precisamos avançar bastante neste debate, inclusive no movimento sindical. No banco público sempre recebi todo o apoio, mas vejo que nos bancos privados o assunto não está em debate. Também é importante sensibilidade das gestões junto aos bancários que têm filhos com deficiência, para flexibilização dos horários e acompanhamento do médico do trabalho”, ressalta.
Na busca por essa transformação, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco está realizando obras estruturais na sede e no Clube de Campo para garantir plena acessibilidade aos bancários com deficiência, possibilitando a efetiva participação de todos os trabalhadores na vida sindical.