O Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou um ato de protesto contra o descumprimento da Lei de Segurança Bancária nesta quinta-feira (14), fechando agências do Bradesco no Recife. A ação aconteceu após o banco iniciar a transformação de agências bancárias em Unidades de Negócios (UN), implementando um modelo de banco sem portas detectoras de metais, sem caixas de atendimento ao público e sem vigilantes.
As agências Capibaribe, na Boa Vista, e Ilha do Leite, na Agamenon Magalhães, tiveram o funcionamento interrompido até meio-dia. As unidades só foram reabertas depois que o Bradesco assumiu o compromisso de realizar uma reunião com o Sindicato e não retirar nenhum equipamento de segurança até a data desta negociação.
“Queremos discutir com a sociedade e com a categoria bancária, para que o banco respeite a lei municipal de segurança bancária que temos no Recife. O modelo proposto pelo Bradesco expõem os trabalhadores e a população usuária dos serviços bancários ao risco de ações criminosas, porque mesmo com a retirada do cofre, um volume significativo de dinheiro permanecerá circulando nos caixas de autoatendimento”, afirma Fabiano Moura, presidente do Sindicato.
A retirada da bateria de caixas também forçará a população a recorrer aos correspondentes bancários para realizar pagamentos e outros serviços. Desta forma, o banco infringe o direito do consumidor, ao não atender o que está declarado em títulos e boletos bancários “pagável em qualquer agência bancária até o vencimento”, encaminhando o cliente para outra instituição financeira.
“O Bradesco está implementando as unidades de negócio em vários municípios do País, mas aqui temos uma realidade diferente, temos uma Lei de Segurança Bancária que é fruto da nossa luta, projeto-piloto que conquistamos em Pernambuco. A Câmara Municipal do Recife aprovou em 2010, e aperfeiçoou em 2019 (Nº 18.634/2019), e vamos fazer valer esta legislação local”, afirma Suzi Rodrigues, membro da COE Bradesco e secretária de Finanças do Sindicato.
Além da paralisação das agências, o Sindicato apresentou a denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e articulou audiências públicas nas Câmaras de Vereadores, para provocar o debate público e garantir a segurança dos bancários e usuários do banco.