Dirigentes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco participaram em Fortaleza-CE, nos dias 29 e 30 de junho, da 5ª Conferência Temática da UNI Américas. A abertura, que teve como foco o debate sobre o fortalecimento da democracia e dos governos progressistas no continente latino-americano, contou com a participação de cerca de 600 dirigentes sindicais de 24 países, que representam 124 organizações de trabalhadores filiadas à UNI Global Union.
Com 16 representantes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a contribuição da entidade durante Conferência, que trouxe para debate o tema “Vamos defender nossos direitos e construir nosso futuro”, fortalece a base e a luta da categoria diante desafios que afetam diretamente a classe trabalhadora, o emprego e as empresas públicas.
Para o presidente do Sindicato, Fabiano Moura, as empresas públicas, em especial os bancos públicos, são fundamentais para economia e para o atendimento à população mais carente do país.
“Os riscos da privatização das empresas públicas, como a tentativa de privatizar a Caixa Econômica, Banco do Nordeste e Banco do Brasil, traz prejuízos significativos para o país. A função social dos bancos públicos não pode ir parar nas mãos do capital. Precisamos, nas próximas eleições, eleger um governo democrático e popular, que no lugar de entregar o patrimônio nacional tenha o compromisso de levar os bancos públicos de volta à rota do crescimento e da responsabilidade social, com políticas públicas que realmente atuem para o desenvolvimento social”, destaca Fabiano.
A 5ª Conferência Temática da UNI Américas coincidiu com os últimos acontecimentos que envolvem o agora ex-presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães. Durante a abertura, a Conferência aprovou uma moção de repúdio à Pedro Guimarães, que foi denunciado por empregadas do banco de ter cometido graves casos de assédio moral e sexual contra elas.
“É inaceitável que ainda exista desrespeito aos direitos dos trabalhadores, das mulheres, precarização das relações de trabalho, discriminação, assédios e desigualdade. Pedro Guimarães pediu demissão, mas não é suficiente. Cobramos que as denúncias sejam apuradas e que a lei seja usada no seu rigor, para que casos como este não venham a se repetir”, comenta Fabiano.
O evento também trouxe análises sobre o papel do movimento sindical e construiu uma agenda de atuação no novo cenário político que se forma na região, com a eleição, nos últimos anos, de governos progressistas em vários países do continente, como México, Chile, Argentina, Honduras, Peru, Bolívia, Colômbia.
Para Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, “o movimento sindical defende a democracia no continente latino-americano acima de tudo, e não existe democracia estável sem sindicatos, entidades que têm a função social de dar voz à classe trabalhadora”.