Sindicato participa do Festival Julho das Pretas em alusão ao Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha

Para marcar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (25/7), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, através da Secretaria da Mulher, se integra ao Festival Julho das Pretas, que será realizado pela CUT-PE, na sexta-feira (29/7). A atividade está prevista para começar às 15h, na Fetape, e contará com atrações culturais, entre elas a cordelista e dirigente do Sindicato, Susana Morais, e feira com produtos da economia solidária.  
Para secretária da Mulher do Sindicato, Alzira Cavalcanti, é necessário valorizar a vida das mulheres negras e implementar mecanismos de combate ao racismo no Brasil. “Resgatar a ancestralidade do povo brasileiro, a partir das contribuições das mulheres negras, é uma das formas de combater a discriminação racial. O Sindicato luta por equidade racial, dentro e fora dos locais de trabalho, pois ainda hoje as mulheres negras tem menos oportunidades, menores remunerações e sofrem mais violência. Precisamos dar um basta no racismo”, destaca Alzira.
Todos os anos o Sindicato dos Bancários de Pernambuco se soma às lutas que marcam o Julho das Pretas. “Nós, mulheres negras, na maioria dos casos, recebemos os piores salários, estamos no trabalho informal e precarizado, e chefiamos a família. Precisamos de políticas públicas que nos garantam oportunidades e uma vida digna. Para isso, é fundamental a representatividade das mulheres negras em todos os espaços, inclusive na política”, defende Suzi Rodrigues, membro da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e do Coletivo de Combate ao Racismo da CUT-PE. 
A ONU reconhece a data desde 1992, quando ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. No Brasil, pouco mais de 240 anos depois da morte de Tereza de Benguela, o governo brasileiro que, na época, tinha como presidenta Dilma Rousseff, instituiu a Lei 12.987/2014, onde se é criado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
“Essa é uma data comemorativa para que não se perca a memória da Rainha Tereza, uma liderança quilombola, que viveu durante o século XVIII e liderou o Quilombo do Quariterê. É também um momento de reflexão sobre a realidade das mulheres negras brasileiras na contemporaneidade, e da urgência de políticas antirracistas que promovam equidade”, aponta Alzira.
SETOR BANCÁRIO
Conforme estudo da subseção Rede Bancários do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), enquanto 72,6% dos empregados no setor bancário são brancos, apenas 3,3% são pretos e 20,3% são pardos. Os termos usados para a identificação étnica seguem os mesmos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Os cargos de liderança são outro item que revela o preconceito acentuado setor financeiro, pois as mulheres negras ocupam apenas 1,1%  destes postos. A remuneração das mulheres negras também é inferior a das mulheres e homens brancos. Por isso, essa também é uma pauta da nossa campanha nacional dos bancários que está em curso”, conclui Alzira.

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