Bancos insistem em impor perdas aos bancários

Em reunião de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2022, ocorrida na segunda-feira (22), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou mais uma proposta absurda de reajuste para os vales alimentação e refeição de apenas 81% da inflação projetada e de apenas 43% da inflação acumulada dos alimentos em 12 meses. Além disso, não trouxe nova proposta sobre índice para aumento de salários. 
Na rodada anterior, na sexta-feira (19), os banqueiros propuseram um reajuste, para o salário e todos os direitos econômicos, de apenas 65% da inflação acumulada entre 1º de setembro de 2021 e 31 de agosto de 2022, que foi rejeitado pelo Comando Nacional dos Bancários em mesa. As últimas projeções do Banco Central apontam uma inflação de 8,8% para o período e os bancos querem conceder reajuste de apenas 5,82%. O índice proposto representa uma perda real de 2,9% para a categoria. 
“Mais uma vez, o descaso e a falta de respeito imperaram na mesa de negociação. Os banqueiros tiveram a indecência de só apresentar propostas rebaixadas, que não repõe sequer a inflação do período. O Comando Nacional rejeitou a proposta e cobra seriedade dos banqueiros. Vamos intensificar as mobilizações em todo o país. Esperamos que os banqueiros apresentem uma proposta decente à categoria bancária”, critica o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, que é membro do Comando Nacional dos Bancários. 
 
Nos seis primeiros meses de 2022, os cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) arrecadaram R$ 74,2 bilhões com tarifas cobradas dos seus clientes, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2021.
 
“É um absurdo os bancos terem apresentado tal proposta após obterem aumento de 14,4% no lucro semestral e tido uma rentabilidade de 18% em 12 meses. Isso é desvalorizar todo o esforço que a categoria fez durante os últimos anos para que os bancos mantivessem lucros astronômicos e alta rentabilidade”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

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