
Para se contrapor às bancadas parlamentares como a patronal, formada por 196 deputados federais e 38 senadores, que aprovaram propostas como a reforma Trabalhista, que acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e a previdenciária, a CUT lançou este ano a candidatura de 48 dirigentes para cargos de deputado federal, estadual e senador.
Eles e elas são sete sindicalistas da direção nacional da CUT, e 41 de várias entidades filiadas à Central, como o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Sindicatos dos Professores no Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), além de dirigentes de vários sindicatos e de CUTs estaduais, ligados a diversos partidos do campo da esquerda brasileira.
“O Congresso Nacional, o Senado e as Assembleias Legislativas são os espaços de poder de onde a maior parte das leis que regem a vida de cada brasileiro é pensada, debatida e aprovada ou não. Por isso, as escolhas conscientes devem, além de passar pela liderança maior do país, o presidente da República, também considerar os parlamentares”, afirma a secretária-Geral do Sindicato, Cândida Fernandes.
No anúncio das candidaturas, a CUT ressaltou que a organização da classe trabalhadora não se dá somente nos locais de trabalho e sindicatos, mas também nos espaços políticos de poder. Por isso, quanto mais trabalhadores forem eleitos, maiores serão as condições para que as reivindicações sejam atendidas no parlamento.
Assim como o agronegócio, as igrejas e os empresários apresentam nomes para a disputa eleitoral, os trabalhadores também podem eleger seus próprios representantes para os poderes Legislativo e Executivo. Em Pernambuco, por exemplo, a ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues, está candidata à Deputada Estadual, em defesa dos interesses da categoria, das mulheres negras e da classe trabalhadora.
Com uma composição coerente, é possível formar bancadas que dão sustentação às políticas progressistas, ou seja, tenham foco nas pautas dos trabalhadores. Daí a importância em conhecer as plataformas e propostas apresentadas pelos(as) candidatos(as).
“Eleger candidatos (as) comprometidos(as) com os interesses dos(as) trabalhadores(as), como os(as) candidatos(as) da CUT, significa não somente a garantia de direitos trabalhistas, mas acesso à políticas públicas de proteção social bem como diretrizes que estabeleçam os rumos da economia e consequentemente do desenvolvimento do país. O reflexo se dá no dia a dia da classe trabalhadora, com emprego, renda, qualidade de vida, saúde, educação, segurança, etc.”, conclui o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.