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Quem vai, de fato, neste segundo turno, decidir as eleições
2022: os mais pobres, açoitados por uma política desastrosa e excludente que os
levam a fome e ao caos social, ou a classe média, agarrados às heranças da
casa-grande e ao desenfreado desejo em ter sempre mais, independente do
sofrimento da maioria? “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. “Manda quem pode,
obedece quem tem juízo”, são alguns dos “ensinamentos” autoritários que fizeram
parte da formação da nossa sociedade. Infelizmente, esses conceitos continuam
norteando as atitudes de muitos Brasil afora.
Não nos libertamos das amarras opressoras e das correntes
escravocratas. Bastou alguns arautos da imbecilidade proferirem alguns
pensamentos medievais, que lá estávamos nós, discutindo sobre a terra planície
do planeta, sobre a ineficácia das vacinas, discutindo os direitos dos
estupradores sobre as vítimas estupradas, sobre o direito de matar e a
banalidade da morte. Fomos transportados aos tempos da ignorância, da falta de
conhecimento e da obscuridade. A sociedade atual não consegue mais responder
aos apelos civilizatórios. Os interesses individuais superam toda e qualquer
racionalidade, por mais óbvia que possa parecer.
Neste cenário de caos social e institucional, parece que
perdemos a capacidade da lógica e da indignação. Banalizamos a morte, a fome e
a barbárie. Vivemos como marionetes, controlados pelas mãos sujas de algo que
mostra-se maior que nossa limitada compreensão humana. “Inúteis, a gente somos
inúteis…”. Será mesmo que somos apenas isso ou está escrito nas estrelas que
devemos chegar ao fundo do poço e, só então, quando não tivermos mais para onde
descer, entendermos que só nos resta subir outra vez?
Por não acreditar que podemos descer mais no processo
anticivilizatório é que defendo que continuemos nutrindo esperança e luta nas
nossas almas, para que os oprimidos, nas suas diversidades, possam erguer-se
contra os opressores. Não podemos aceitar a desigualdade social e a pobreza
como uma condição humana. Elas são uma condição social imposta pelos mais
ricos. Por isso os oprimidos não podem dar vez e voz aos opressores. No dia 30
de outubro, na hora do voto, pense nisso.
Fabiano Moura
do Sindicato dos Bancários de Pernambuco