Nesta quarta-feira (26), o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, divulgou um vídeo institucional, em aceno ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro, no qual nega a tentativa de privatização do BB pelo governo federal. A movimentação escusa do representante do banco, às vésperas da eleição, ocorreu após divulgação de um outro vídeo, com declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do próprio presidente da República, que confirmam o plano de privatizar o banco e outras empresas públicas.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, aponta que a desinformação propagada pelo canal institucional da empresa pública, é uma grave ameaça ao processo democrático.
“Bolsonaro e seus aliados alimentam a desinformação, na tentativa de enganar o eleitorado. Mas, os bancários e bancários do Banco do Brasil, assim como dos demais bancos públicos, sabem qual é a política implementada por essa gestão.: metas abusivas, assédio, descaracterização do banco público e ameaças constantes de descomissionamentos. Tudo isso, além do fechamento de agências e redução do quadro de funcionários, são provas de que a privatização já está em curso. Não seremos ludibriados, pois sentimos na pele como funciona essa máquina de moer gente”, critica Fabiano Moura.
A revista Veja divulgou uma entrevista, recentemente, na qual o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, afirma quais são as suas intenções sobre as privatizações em caso de segundo mandato. “Nós queremos potencializar as privatizações. Eu deixo claro que, no passado, eu era estatizante. E a gente evolui, a gente muda”, disse em vídeo. Além disso, os planos do atual governo foram revelados no passado, em vídeo vazado da reunião ministerial, onde Guedes já cobrava a venda do Banco do Brasil: “o Banco do Brasil é um caso pronto de privatização. […] tem que vender essa p@* logo”, diz o ministro.
Nos últimos quatro anos, o Banco do Brasil passou por um processo de redução no número de agências e funcionários, que remete ao mesmo caminho que levou à privatização de outros bancos públicos. Foram mais de 1.500 agências fechadas e mais de 10.500 funcionários dispensados no período. Recentemente, o banco passou a retirar vigilantes de unidades bancárias, modificando o modelo de agência e precarizando ainda mais os serviços prestados à população.